Pratos vegetarianos ​chegam às cantinas e refeitórios públicos
01-06-2017 - 10:15

Algumas escolas anteciparam-se e oferecem ementas mais saudáveis, mas a procura não tem sido grande.

As cantinas e refeitórios públicos estão a partir desta quinta-feira obrigados a oferecer todos os dias, pelo menos, uma opção de comida vegetariana nas suas ementas. A lei, publicada em Abril em "Diário da República", prevê, no entanto, um período de adaptação por seis meses.

A nova legislação aplica-se às cantinas e refeitórios, por exemplo, de escolas, hospitais, universidades ou estabelecimentos prisionais.

Para combater o desperdício alimentar, a legislação prevê dispensar escolas e unidades do Serviço Nacional de Saúde desta opção caso não haja procura. Caso a procura exista mas se for reduzida, as entidades gestoras das cantinas podem estabelecer um regime de inscrição prévia para a opção vegetariana.

As ementas vegetarianas são programadas sob orientação de técnicos habilitados e têm em conta a composição da refeição, garantindo a sua diversidade e a disponibilização de nutrientes que proporcionem uma alimentação saudável”, acrescenta o diploma.

Segundo a Direcção Geral de Saúde (DGS), as dietas vegetarianas têm benefícios importantes, como a redução da prevalência de doença oncológica, obesidade, doença cardiovascular, hiperlipidemias (gorduras no sangue), hipertensão, diabetes.

Escolas anteciparam a lei

Várias escolas anteciparam a entrada em vigor da legislação e já oferecem ementas vegetarianas.
Para o presidente da Associação Nacional dos Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima, trata-se de uma boa medida: "Tudo o que é saudável, a escola deve apoiar".
Acredita, porém, que a procura deve ser "muito residual", pelo menos no início, uma vez que não é comum haver pedidos para alimentação vegetariana nas escolas.

"No agrupamento que dirijo [Vila Nova de Gaia], com mais de 2.000 alunos, nunca tive nenhum pedido", afirmou.

As escolas, especialmente as que servem refeições confeccionadas no local, estão neste momento a preparar-se para servir os alunos que escolherem esta opção.

"Estou a dar formação à minha cozinheira, temos seis meses para nos adaptar", referiu, acrescentando que, nos casos em que as refeições são concessionadas a empresas, a opção vegetariana tem de constar nos cadernos de encargos.