A oito dias de completar um ano desde que Pedro Nuno Santos mostrou a porta de saída a David Neeleman, será a 24 de junho próximo que em assembleia geral, os acionistas da transportadora aérea portuguesa TAP, vão aprovar a nova administração.
A chegada da equipa executiva liderada pela francesa Christine Ourmiéres-Widener, ex-Flybe Group, tem lugar muitos meses depois do prazo ideal que o ministro havia deixado entender – é certo, sem nunca se comprometer com uma data limite – mas ainda antes da Comissão Europeia dar luz verde ao programa de restruturação apresentado em Bruxelas.
Miguel Frasquilho, um dos rostos do plano de restruturação, presidente do conselho de administração desde junho de 2017, foi substituído como chairman – com surpresa – por Manuel Beja, matemático do ISEG, desconhecido na gestão de aviação, antigo diretor de recursos humanos da Novabase e conhecedor do mercado brasileiro.
Ramiro Sequeira, até aqui CEO interino, fica na comissão executiva na área operacional, as vendas e marketing deverão ir para Sílvia Mosquera Gonzalez, ex-Avianca, e a posição de administrador financeiro deverá ser ocupada por João Weber Reis Gameiro, ex-BBVA Portugal.
A nova administração será eleita antes ainda da Comissão Europeia aprovar o plano de restruturação? A nova equipa de gestão deveria ter chegado mais cedo à missão de salvar a TAP da maior crise da sua história? São duas das perguntas para debate nesta edição onde se olhará ainda para a delação – por erro técnico administrativo – da CML de opositores de regimes iliberais com graves danos reputacionais para a imagem do país.
A análise é do jurista Nuno Botelho, presidente da ACP-Câmara de Comércio e Indústria, do jornalista Pedro Santos Guerreiro e do consultor Paulo Soares, especialista em Direito Aéreo e diretor da maior estrutura aeroportuária civil do Centro.