Um Serviço Nacional de Saúde a trabalhar no limite, exaurido e sem reserva é o cenário traçado pelo Observatório das Doenças Respiratórias sobre a época gripal passada, com uma atividade de baixa intensidade, mas com elevado impacto nos serviços.
"A época gripal de 2017/2018 foi uma das menos intensas após a pandemia de 2009", mas teve impacto nas "instituições do SNS", indica o relatório deste ano do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias que hoje vai ser divulgado.
"Atendendo ao nível de atividade gripal de baixa intensidade e ao impacto verificado nas instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS), pensamos que esta desproporção pode ser um sinal de um SNS a trabalhar no limite, exaurido e sem reserva", refere o pneumologista Filipe Froes no capítulo do relatório do Observatório sobre a gripe.
Apesar de uma época gripal de baixa intensidade, foram registados 220 casos nas unidades de cuidados intensivos incluídas na rede de vigilância da gripe em cuidados intensivos.
A maioria dos internados em cuidados intensivos eram homens (58%), 56% com idade igual ou superior a 65 anos e 78% deles com doença crónica subjacente. Dos 98 casos em que o estado vacinal foi determinado, apenas 15 tinham sido vacinados.
Depois da pandemia de 2009, o Observatório assinala que a gripe registou um novo pico, embora menor, em 2016, ano em que morreram 123 pessoas. Destas mortes, 39 pessoas tinham menos de 65 anos e as restantes tinham 75 ou mais anos.
A gripe registou 123 mortes em 2016. Destes, 39 tinham menos de 65 anos, sendo que a maioria (56) tinha 75 ou mais anos.