As negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza vão prosseguir no domingo, no Cairo, com a participação de uma delegação israelita, que integra representantes dos serviços de segurança - Mossad e Shin Bet -- e do exército.
De acordo com fontes de segurança egípcias, citadas pela agência EFE, a delegação de Israel chegará no domingo ao Cairo.
As mesmas fontes, que pediram anonimato, por questões de segurança, "a delegação israelita chega amanhã ao Cairo para concluir as negociações sobre os reféns" detidos pelo grupo islamita Hamas na Faixa de Gaza.
Na sexta-feira, o gabinete do primeiro-ministro de Israel confirmou que uma delegação israelita iria viajar em breve para Doha e o Cairo, tendo em vista a continuação das negociações, embora não tenha revelado datas.
As negociações, mediadas pelo Qatar, o Egito e os Estados Unidos da América, foram retomadas há uma semana, após um longo impasse, embora o Hamas tenha voltado a impor, como condições, um cessar-fogo "integral" na Faixa de Gaza, o regresso dos deslocados e a retirada das tropas israelitas, algo que Israel voltou a qualificar, na terça-feira, como exigências "delirantes".
França, Egito e Jordânia acordaram trabalhar em conjunto para alcançar um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, anunciou hoje o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Stéphane Séjouré, numa conferência de imprensa no Cairo com os seus homólogos egípcio e jordano.
Na mesma ocasião, o governante destacou os "esforços conjuntos europeus-árabes para sair da crise" no enclave palestiniano, e sublinhou a rejeição "contra qualquer ação militar na cidade palestiniana de Rafah".
O chefe da diplomacia francesa apelou à abertura das passagens fronteiriças para a entrada de ajuda em Gaza e à libertação de reféns sem condições, ao mesmo tempo que sublinhou a possibilidade de "tomar medidas adicionais contra os colonos israelitas".
O seu homólogo egípcio, Sameh Shukri reiterou a recusa em deslocar os palestinianos das suas terras e a oposição à operação militar em Rafah, no Sul da faixa de Gaza, onde estão concentrados 1,4 milhões de civis, anunciada por Israel.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, Ayman Safadi, denunciou os bloqueios ao fornecimento de alimentos e medicamentos à população de Gaza, algo que classificou como "uma decisão política de um governo extremista que decidiu usar a fome como arma".
"Podemos resolver a fome do povo de Gaza num espaço de tempo muito curto, mas é necessário que Israel abra as fronteiras e passagens terrestres para trazer ajuda do Egito e do reino [jordano], e pare de impedir que a ajuda chegue ao interior [do território]", acrescentou.
Egito, França e Jordânia têm desenvolvido várias ações conjuntas para a entrega de ajuda humanitária na Faixa de Gaza por terra, mar e ar desde que o conflito rebentou.
O número de mortos na Faixa de Gaza, sitiada há quase seis meses por Israel, aumentou hoje para 32.705, aos quais se juntam 75.190 feridos, dos quais mais de 70% são mulheres e crianças, devido a intensos bombardeamentos e ataques em todo o enclave palestiniano.