Enfermeiros especialistas de Guimarães estão sem receber
27-09-2017 - 18:12

Hospital justifica-se com parecer da Procuradoria-Geral da República que sugere que “a recusa e subsequente não prestação de serviço pelos enfermeiros especialistas conduz a faltas injustificadas”.

Dezassete enfermeiros especialistas em saúde materna e obstetrícia do Hospital de Guimarães tiveram um corte salarial devido ao protesto que estão a cumprir, confirmou a bastonária da Ordem dos Enfermeiros.

"Eu nunca vi um país comportar-se desta forma. Não se pode gerir serviços a coagir e a intimidar. Devolvo ao ministro, e nunca o tinha feito até hoje, as palavras que nos dirigiu. É imoral, ilegal e ilegítimo o que estão a fazer os enfermeiros", afirmou Ana Rita Cavaco.

A bastonária reforça que os enfermeiros em causa estiveram a trabalhar, só não fizeram trabalho especializado.

O Hospital da Senhora da Oliveira de Guimarães justifica o corte de salário de Julho a enfermeiros especialistas com parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR).

O parecer que, recorde-se, tinha sido pedido pelo Ministério da Saúde sugere que “a recusa e subsequente não prestação de serviço pelos enfermeiros especialistas conduz a faltas injustificadas”.

Os 17 enfermeiros que não receberam 14 dias de salário apresentaram-se ao trabalho nesses dias como enfermeiros de cuidados gerais e não como especialistas em saúde materna e obstetrícia.

Em comunicado, o Hospital adianta também que “foram instaurados processos disciplinares aos referidos enfermeiros especialistas “tendentes ao apuramento de todos os factos necessários para determinar as responsabilidades eventualmente existentes”.

No texto, a unidade hospitalar refere que “teve o cuidado, apesar de ser uma matéria do conhecimento público, de informar, atempadamente, todos os seus colaboradores da existência do referido parecer” da PGR e da “sua homologação pelo Ministério da Saúde”.

O protesto dos enfermeiros especialistas em saúde materna e obstetrícia, que deixaram de cumprir funções especializadas pelas quais ainda não são pagos, decorre há cerca de um mês.

Este protesto tinha já ocorrido em Julho e foi suspenso para negociações com o Governo, mas, entretanto, os profissionais decidiram voltar ao protesto por considerarem que houve ausência de propostas.