Paulo Rangel garantiu esta sexta-feira que o novo Governo português não se vai opor à possibilidade de António Costa vir a ocupar um cargo nas instituições da União Europeia depois das eleições, que estão marcadas para 9 de junho.
"Se a questão se puser e quando se puser - essa questão só se vai pôr a seguir às eleições europeias -, eu não tenho dúvidas que o Governo português tomará uma posição sobre isso, e com certeza que não será uma posição negativa", afirmou Paulo Rangel, em entrevista à CNN Portugal.
Contudo, o novo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros considera que "devemos ser cautelosos e prudentes se queremos ter uma posição vencedora". "Quem entra Papa, sai cardeal", avisou.
"Em defesa da posição de Portugal e quem conhece bem os meandros europeus – e eu conheço – sabe que discrição é fundamental. E portanto, como eu estou ao serviço dos interesses de Portugal, defendo descrição, nesta como noutras matérias", explicou Paulo Rangel.
António Costa tem sido apontado repetidamente como possível presidente do Conselho Europeu. Os cargos institucionais do topo da UE - as presidências da Comissão Europeia, Parlamento Europeu, Conselho Europeu e a liderança do Serviço Europeu de Ação Externa (que cabe ao Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança) - são negociados após as eleições europeias, e distribuídos entre os grupos políticos mais votados. A presidência do Banco Central Europeu também entra, por vezes, nas negociações.
Em 2019 foram os liberais do Renovar Europa a ficar com o Conselho Europeu, apesar de os socialistas terem sido a segunda força política mais votada nas eleições de então.