O selecionador masculino de futebol de Espanha, Luis de la Fuente, pediu desculpa por ter aplaudido um discurso do presidente da federação espanhola, Luis Rubiales, suspenso do cargo pela FIFA depois de beijar uma jogadora.
"Recebi duras críticas por isso. Sabem o que penso sobre essas críticas? Que são totalmente merecidas, que lamento, que compreendo e que peço perdão", disse Luis de a Fuente, em Madrid.
Luis de la Fuente fez esta declaração no início da conferência de imprensa para revelar os convocados para a seleção espanhola para os jogos de qualificação para o Euro2024, dizendo que pretendia explicar o sucedido numa assembleia geral da federação, na sexta-feira da semana passada, em que Luis Rubiales disse que recusava demitir-se.
O selecionar deu hoje "uma explicação para uns atos injustificáveis", nas suas próprias palavras, e afirmou que foi à assembleia geral da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) convencido de que seria "um ato protocolar de despedida do presidente".
"Mas transformou-se numa situação diferente que nos ultrapassou a muitos e para a qual eu não estava preparado. Repito, peço as minhas mais sinceras desculpas", acrescentou, garantindo que tem estado e estará sempre "do lado da igualdade e do respeito".
O selecionador espanhol sublinhou que há "uma coisa clara" em torno do 'caso Rubiales', que nem a jogadora Jenni Hermoso, "nem o resto suas companheiras são responsáveis" pelo que aconteceu no estádio de Sydney em 20 de agosto, após a final do campeonato do mundo de futebol feminino, que Espanha venceu.
Em resposta a questões dos jornalistas, Luis de la Fuente disse que a assembleia geral da federação na semana passada foi uma situação "de máxima pressão e de máxima tensão" e que quando se viu nas imagens das televisões a aplaudir não se reconheceu a si próprio.
No sábado passado, um dia depois da assembleia geral da federação e seis dias após a final de Sydney e do beijo de Luis Rubiales a Jenni Hermonoso, no estádio australiano, o selecionador Luis de la Fuente emitiu um comunicado a condenar o presidente da federação.
"Os factos protagonizados por Luís Rubiales não respeitam o protocolo que deve existir nestas celebrações e não dignificam, nem são apropriados a uma pessoa que estava a representar todo o futebol espanhol", disse o selecionador masculino naquele comunicado.
Após os acontecimentos em Sydney, seguiram-se inúmeras críticas a Rubiales, tendo a jogadora Jenni Hermoso afirmado que não tinha consentido o beijo, ao contrário daquilo que garante o presidente da RFEF.
Rubiales disse na semana passada que não iria abandonar o cargo, o que provocou um novo pico de contestação e extremar das posições, com as jogadoras da seleção a anunciarem não estarem disponíveis para voltarem a representar Espanha, enquanto os atuais dirigentes da RFEF se mantiverem nos cargos.
No sábado, a FIFA anunciou a suspensão de Rubiales do cargo por 90 dias, e 11 membros da equipa técnica do selecionador, Jorge Vilda, apresentaram a demissão. Por seu lado, o técnico condenou o "comportamento impróprio" do presidente da RFEF.