A agência canadiana DBRS, fundamental para que Portugal mantenha o programa de estímulos do BCE e continue a ter acesso juros de dívida baixos, afirma que está “continuamente a monitorizar os desenvolvimentos em Portugal para perceber se são necessários fazer ajustamentos ao “'rating' do país”.
Esta agência de notação financeira avisa que está a monitorizar os desenvolvimentos das negociações entre Bruxelas e Lisboa motivadas pelas negociações orçamentais com Bruxelas.
“Estamos a monitorizar os desenvolvimentos e vamos avaliar a resposta do Governo às exigências adicionais da Comissão Europeia e a quaisquer pressões orçamentais que possam emergir”, afirma em nota escrita enviada à Renascença.
O objectivo oficial para o défice segundo a economista da que escreve o relatório da DBRS, Adriana Alvarado, “é ambicioso”. E assinala que a projecção de um crescimento económico de 2,1% para este ano “parece optimista”.
O mesmo relatório considera que a incerteza em relação às consequências de algumas medidas do orçamento relacionados com o investimento e com o controlo da despesa levam a que seja “ambicioso” alcançar o objectivo de défice de 2,6%.
Numa nota enviada aos meios de comunicação social, a analista da DBRS afirma que “o ajustamento estrutural parece modesto”.
A DBRS é a única das quatro agências de notação de risco seguidas pelo Banco Central Europeu (Standard & Poor’s, Fitch, Moody’s e DBRS) a não colocar a classificação portuguesa no nível "lixo".
É, por isso, o "rating" da DBRS que permite aos bancos usar dívida pública portuguesa como garantia para obterem liquidez no Banco Central Europeu. Mais: se a DBRS descesse o nível de Portugal para “lixo”, o país não poderia fazer parte do programa de compras de activos do BCE.