A primeira-ministra britânica está a ser pressionada a demitir-se, avançam este sábado o “The Sunday Times”. Segundo o jornal, 11 membros do executivo querem que Theresa May saia.
Diz a publicação que May foi pressionada na última noite para avançar uma data para a sua saída, depois de o DUP (partido da Irlanda do Norte) ter tornado claro que não apoia a chefe do Governo britânico.
“Está em curso um autêntico golpe para retirar Theresa May do cargo de primeira-ministra”, afirma o editor de política do jornal, Tim Shipman.
As negociações para definir um calendário para a resignação já estarão a decorrer no Nº.10 de Downing Street. De acordo com uma fonte da sede do Governo britânico, até os aliados mais próximos de Theresa May consideram que a sua demissão é inevitável. “É óbvio que é para aí que tudo se encaminha”, referem as fontes citadas pelo “Sunday Times”.
“O fim está próximo. Sairá dentro de 10 dias”, afirma um membro do executivo que não se quis identificar.
Na sexta-feira, o vice-primeiro-ministro David Lidington encontrou-se com os líderes da oposição para conversar sobre alternativas ao acordo conseguido por Theresa May para o Brexit.
David Lidington é um dos possíveis nomes para primeiro-ministro interino, mas há quem faça pressão para que o cargo seja assumido pelo ministro do Ambiente, Michael Gove, ou pelo chefe da diplomacia britânica, Jeremy Hunt.
Um milhão contra o Brexit
Este sábado, “um milhão de pessoas”, segundo os organizadores, manifestaram-se nas ruas de Londres contra a saída do Reino Unido da União Europeia.
“O melhor acordo é não haver Brexit”, ouvia-se, tal como “exigimos um voto popular”.
Theresa May foi outro dos alvos do protesto, que acontece depois de o Parlamento britânico ter chumbado, por duas vezes, o acordo para conseguido pela primeira-ministra para a saída e de Theresa May ter pedido o adiamento do divórcio com a UE, que deveria acontecer a 29 de março. O prazo poderá estender-se até 22 de maio, se o Parlamento britânico entretanto aprovar um acordo.
Na manifestação participou também um grupo de portugueses, que levantou a bandeira nacional a favor de um novo referendo.
"Eu acho que o momento em que fizeram o primeiro referendo foi muito inoportuno e agora é uma altura em que as pessoas estão mais informadas. Acho que é a altura para nós, que não tomámos uma posição anteriormente, tomarmos uma posição agora", afirmou o luso-angolano Lando Armada à agência Lusa.
No final da semana, foi também lançada uma petição pela revogação do artigo 50.º, de modo a travar o Brexit, que já conta com mais de 4,5 milhões de assinaturas.