O Papa Francisco vai pedir que a humanidade seja poupada a um conflito nuclear durante o ato de Consagração da Rússia e da Ucrânia a Maria. “Libertai-nos da guerra, preservai o mundo da ameaça nuclear”, refere o texto da oração de consagração divulgado esta quarta-feira pelo Vaticano.
“Enquanto o rumor das armas não se cala, que a vossa oração nos predisponha para a paz. As vossas mãos maternas acariciem quantos sofrem e fogem sob o peso das bombas. O vosso abraço materno console quantos são obrigados a deixar as suas casas e o seu país”, vai pedir o Papa na oração que unirá os cristãos do mundo inteiro, e que vai decorrer em simultâneo na Basílica de São Pedro, no Vaticano, e em Fátima, onde o cardeal Konrad Krajewski irá presidir à recitação do Terço a partir das 16h00. O Esmoler Pontifício foi um dos recentes enviados do Papa ao leste europeu, tendo-se deslocado à Polónia e à Ucrânia, em Lviv, onde foi entrevistado pela Renascença.
Papa agradece orações pela paz
Numa carta aos bispos de todo o mundo, divulgada também hoje pelo Vaticano, Francisco pede que se associem “de modo unânime e veemente” ao ato de Consagração da Ucrânia e da Rússia.
“Já passou quase um mês do início da guerra na Ucrânia, que está a causar sofrimentos cada dia mais terríveis àquela atormentada população, ameaçando mesmo a paz mundial”, começa por sublinhar o Papa na carta, que tem data de 21 de março, mas só foi tornada pública esta quarta-feira.
Francisco afirma que “nesta hora escura” a Igreja é “chamada a interceder” e a “fazer-se próxima” dos que estão a sofrer mais com este conflito, e agradece “a todas as pessoas que estão a responder, com grande generosidade” aos seus “apelos à oração, ao jejum e à caridade”, o próximo marcado para 25 de março.
“Agora, acolhendo também numerosos pedidos do Povo de Deus, desejo confiar de modo especial a Nossa Senhora as nações em conflito”, sublinha o Papa a propósito deste “ato solene de Consagração da humanidade, particularmente da Rússia e da Ucrânia, ao Imaculado Coração de Maria”.
“Quer ser um gesto da Igreja universal, que neste momento dramático leva a Deus, através da Mãe d’Ele e nossa, o grito de dor de quantos sofrem e imploram o fim da violência, e confia o futuro da humanidade à Rainha da Paz”, escreve ainda o Papa, que convida os bispos a unirem-se a esta celebração convocando “os sacerdotes, os religiosos e os outros fiéis para a oração comunitária nos lugares sagrados, no dia de sexta-feira 25 de março, de modo que o santo Povo de Deus faça, de modo unânime e veemente, subir a súplica à sua Mãe”.
Com a carta seguiu a oração de Consagração “para poderem recitá-la, ao longo desse dia, em união fraterna”.
Este momento especial vai
decorrer no contexto de uma Celebração da Penitência, que terá lugar na
Basílica de São Pedro, a partir das 16h00 (hora de Lisboa), mas o ato de
Consagração só deverá ocorrer no final, pelas 17h30, refere a carta do Papa.