ZERO: Novo recorde de gases de estufa é "preocupante"
28-10-2024 - 15:22
 • Carla Fino

"Estes números deveriam ser um alerta mais uma vez dramático para tomarmos medidas", alerta Francisco Ferreira, presidente da associação ambientalista ZERO.

São notícias "preocupantes" para os ecossistemas, mas em especial para a Humanidade. O alerta é do ambientalista Francisco Ferreira que reagiu assim aos novos dados da agência das Nações Unidas para o Ambiente: os níveis de gases com efeito de estufa atingiram um novo máximo em 2023, o que compromete o planeta com o aumento das temperaturas durante muitos anos.

O presidente da associação ambientalista ZERO sublinha que as populações mais vulneráveis, e que "não têm capacidade de enfrentar as alterações climáticas, serão as que vão sofrer estas consequências de um clima a mudar". Por isso mesmo, alerta para as consequências deste aumento, "quer para os ecossistemas, mas principalmente para a Humanidade".

O ambientalista diz ainda que quanto mais passos o planeta der no aumento das concentrações de gases com efeito de estufa "mais difícil será o retorno".

Francisco Ferreira explica que tudo o que o homem faça para "retirar por exemplo o dióxido de carbono da atmosfera, através de mais e mais florestas, demora uns quantos anos". Por isso, refere que a continuar a este ritmo, será difícil reverter a situação: "É muito mais fácil por estes gases na atmosfera do que voltar a retirá-los ou permitir ao sistema natural que o faça".

Ouça aqui as declarações do presidente da ZERO

De acordo com o relatório divulgado esta segunda-feira, o dióxido de carbono (CO2) está a acumular-se na atmosfera mais rapidamente do que em qualquer momento da existência humana, aumentando mais de 10% em apenas duas décadas.

"Mais um ano. Mais um recorde. Isto deveria fazer soar o alarme entre os decisores políticos”, alertou a secretária-geral da Organização Meteorológica Mundial, Celeste Saulo, durante a apresentação do relatório. A responsável pela lembrou, ainda, que “estamos claramente atrasados em relação ao objetivo estabelecido no Acordo de Paris sobre o Clima de 2015".