São notícias "preocupantes" para os ecossistemas, mas em especial para a Humanidade. O alerta é do ambientalista Francisco Ferreira que reagiu assim aos novos dados da agência das Nações Unidas para o Ambiente: os níveis de gases com efeito de estufa atingiram um novo máximo em 2023, o que compromete o planeta com o aumento das temperaturas durante muitos anos.
O presidente da associação ambientalista ZERO sublinha que as populações mais vulneráveis, e que "não têm capacidade de enfrentar as alterações climáticas, serão as que vão sofrer estas consequências de um clima a mudar". Por isso mesmo, alerta para as consequências deste aumento, "quer para os ecossistemas, mas principalmente para a Humanidade".
O ambientalista diz ainda que quanto mais passos o planeta der no aumento das concentrações de gases com efeito de estufa "mais difícil será o retorno".
Francisco Ferreira explica que tudo o que o homem faça para "retirar por exemplo o dióxido de carbono da atmosfera, através de mais e mais florestas, demora uns quantos anos". Por isso, refere que a continuar a este ritmo, será difícil reverter a situação: "É muito mais fácil por estes gases na atmosfera do que voltar a retirá-los ou permitir ao sistema natural que o faça".
Ouça aqui as declarações do presidente da ZERO
De acordo com o relatório divulgado esta segunda-feira, o dióxido de carbono (CO2) está a acumular-se na atmosfera mais rapidamente do que em qualquer momento da existência humana, aumentando mais de 10% em apenas duas décadas.
"Mais um ano. Mais um recorde. Isto deveria fazer soar o alarme entre os decisores políticos”, alertou a secretária-geral da Organização Meteorológica Mundial, Celeste Saulo, durante a apresentação do relatório. A responsável pela lembrou, ainda, que “estamos claramente atrasados em relação ao objetivo estabelecido no Acordo de Paris sobre o Clima de 2015".