O emir do Qatar, Tamim al-Thani, afirmou esta terça-feira que Israel está a “cometer um genocídio” na Faixa de Gaza, num discurso produzido durante a reunião anual do Conselho de Cooperação do Golfo, que junta os chefes de estado da região.
“É uma desgraça que a comunidade internacional permita que este crime hediondo continue”, acrescentou.
No mínimo 50 pessoas foram mortas esta terça-feira na faixa de Gaza, em resultado de ataques aéreos israelitas que atingiram a cidade de Khan Yunis e o campo de Nuseirat, avançou a agência noticiosa palestiniana WAFA, citando fontes hospitalares.
Com os ataques a intensificarem-se, desde o fim da trégua temporária, a 1 de dezembro, um representante da UNICEF descarta para já a criação de zonas de segurança que permitam a evacuação de civis.
“As chamadas zonas de segurança não são científicas, racionais, não são possíveis, e julgo que as autoridades estão cientes disso”, afirmou o porta-voz da agência das Nações Unidas, James Elder, citado pelo The Guardian.
Do ponto de vista sanitário, “a situação está a piorar a cada hora que passa”, garante um funcionário da Organização Mundial de Saúde, Richard Peepkorn, citado pela Reuters.
“Há bombardeamentos intensos em todo o território, incluindo a zona do sul, Khan Younis e até Rafah [cidade que faz fronteira com o Egito, no sul]”.
As dificuldades dos profissionais de saúde operarem no terreno são crescentes. O Crescente Vermelho Palestiniano denunciou no X (ex-Twitter) um ataque israelita a uma zona em que se encontravam duas ambulâncias a operar, provocando ferimentos ligeiros num paramédico e danos materiais.
A situação nos hospitais continua também a degradar-se. Segundo o ministro da Saúde de Gaza, só no hospital de Kamal Adwan há 108 corpos à espera para serem enterrados.
O hospital de Gaza lançou um apelo para a doação de sangue, dada o elevado número de feridos que continua a dar entrada na unidades hospitalar.
Neste momento, dos 35 hospitais existentes em Gaza, só 26 estão em funcionamento, segundo números avançados pelo The Guardian.