O corpo da principal figura da oposição russa, Alexei Navalny, foi devolvido à sua mãe, disse a porta-voz dele.
Num publicação na rede social X (antigo Twitter), Kira Yarmysh agradeceu a todos os que exigiram que as autoridades russas entregassem os restos mortais de Navalny.
“O funeral ainda não aconteceu. Não sabemos se as autoridades irão interferir para que tudo seja feito como a família quer e como Alexei merece. Informaremos assim que houver novidades”, escreveu Kira.
A mãe de Navalny, Lyudmila, teria sido instruída a concordar com um enterro “secreto”. Se recusasse, o filho seria enterrado na colónia prisional onde morreu.
Lyudmila passou a última semana na cidade perto da prisão onde Navalny morreu, primeiro a tentar confirmar a localização do corpo e depois a exigir que lhe fosse devolvido.
Depois de assinar uma certidão de óbito, afirmando que Alexei havia morrido de causas naturais, Lyudmila teve três horas para concordar com um funeral “secreto” para o seu filho.
Se não concordasse, o filho seria enterrado no terreno da prisão onde morreu, disse Yarmysh. No entanto, Lyudmila aparentemente recusou-se a negociar com as autoridades.
Na mesma publicação, Yarmysh disse que os planos do funeral ainda não estavam claros.
“Não sabemos se as autoridades irão interferir para que isso seja realizado da maneira que a família deseja e como Alexei merece”, pode ler-se no X.
Este sábado, a viúva de Navalny, Yulia, acusou Vladimir Putin de manter o corpo do seu falecido marido como “refém” e exigiu a sua libertação sem condições.
Yulia acusou novamente o presidente russo de estar por trás da morte do seu marido. O Kremlin negou as acusações, chamando a reação ocidental à morte de “histérica”.
Navalny morreu a 16 de fevereiro numa prisão russa dentro do Círculo Polar Ártico. Durante anos, foi o principal opositor do líder russo.
Em Agosto de 2020, o antigo líder da oposição foi envenenado com o agente nervoso Novichok por uma equipa de supostos assassinos dos serviços secretos russos.
Transportado de avião para a Alemanha, recuperou-se lá antes de regressar à Rússia em janeiro de 2021, onde foi preso.
As tentativas de comemorar a sua morte foram recebidas com uma resposta dura das autoridades russas, com monumentos improvisados limpos e centenas de detenções.