O secretário de Estado do Turismo, Nuno Fazenda, anunciou, esta terça-feira à tarde, o lançamento da 3.ª edição do REVIVE na primeira quinzena de fevereiro. São entre 15 a 20 imóveis degradados que vão ser requalificados para fins turísticos. O anúncio foi feito no final do almoço com membros da Associação da Hotelaria de Portugal.
O governante não referiu localizações, mas frisou a necessidade de se valorizar e desenvolver os territórios do Interior, "ao mesmo tempo que se consolidam destinos mais maduros como Lisboa, Algarve ou Madeira".
O REVIVE foi criado há seis anos. A primeira edição teve 33 imóveis, a segunda 15 e esta terceira deverá incluir cerca de duas dezenas. Tratam-se de edifícios postos a concurso para concessão privada, aptos para atividade económica turística com fins lucrativos.
Na sua intervenção, Nuno Fazenda reafirmou as cinco grandes prioridades políticas para o seu mandato: atração e valorização profissional e remuneratória dos profissionais do setor; apoio às empresas; valorização do território, a dupla transição climática e digital e o reforço da notoriedade internacional de Portugal.
Hoteleiros pedem aplicação do PRR na melhoria da mobilidade
Bernardo Trindade, presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), lembrou Nuno Fazenda de que chegou ao Governo numa boa altura: em 2022a receita turística atingiu os 22 mil milhões de euros, mais 22% do que em 2019. “Em 2023, podemos ter um crescimento desta natureza e faremos a nossa parte”, garantiu o hoteleiro.
Uma “deixa” para recordar ao Secretário de Estado do Comércio e Turismo que se as receitas cresceram, as despesas também. Bernardo Trindade afirmou que é altura do Governo pensar numa nova estrutura de financiamento às empresas, apoiar o setor nos custos energéticos, “que são mais elevados na época baixa”.
Em relação aos Recursos Humanos, além de ser necessário atrair e reter talento, a Associação insiste na necessidade de agilizar a política de imigração e de criar condições para que os estrangeiros se possam estabelecer em Portugal, nomeadadamente com acesso à habitação.
Outra questão importante é a mobilidade. Bernardo Trindade deu como exemplo o Algarve, onde há poucos transportes, o que dificulta a deslocação dos trabalhadores, nomeadamente para trabalhar na hotelaria, em que os horários são muito diversificados. O presidente da AHP defendeu que, uma das aplicações do PRR (Programa de Recuperação e Resiliência) no terreno, poderia ser a criação de uma rede de transportes intermunicipais.