Os bispos portugueses orientaram esta quinta-feira catequeses na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no Panamá, e acompanharam a cerimónia de abertura, onde trocaram cumprimentos com o Presidente do país anfitrião, Juan Carlos Varela.
Os participantes lusófonos acompanharam as catequeses orientadas, entre outros, por quatro bispos portugueses.
O presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família, D. Joaquim Mendes, que em outubro de 2018 participou na assembleia do Sínodo dos Bispos sobre os jovens, realçou a aposta na “realidade do acompanhamento”, já visível no Panamá.
“É partilhar a vida com os jovens, no dia a dia, os momentos de oração, de convívio, nas diversas atividades. Estar despretensiosamente”, assinalou à agência Ecclesia.
O responsável português recordou que o Sínodo apelou à “valorização” dos dons das novas gerações e à criação de “espaços de acolhimento”.
O bispo auxiliar de Lisboa admite que tem existido curiosidade e muita “expectativa” face à possibilidade de a próxima edição internacional das JMJ ser acolhida pela capital portuguesa.
“Igreja está muito viva, muito jovem”
D. José Cordeiro, bispo de Bragança-Miranda, destacou a sua satisfação por encontrar uma “Igreja está muito viva, muito jovem”, nesta JMJ do Panamá, a que o Papa quis dar uma dimensão mariana.
“A partir do modelo de Maria, somos capazes de evangelizar com a mesma alegria, o mesmo ardor”, assinalou.
O responsável quis falar aos jovens da vocação “ao serviço, à missão”, com o “desafio enorme” de propor compromissos para toda a vida.
“Quando Deus está plenamente no coração, a alegria é transbordante, é contagiante”, acrescentou o bispo transmontano, uma alegria que “renova todos”, “na beleza, no encontro das culturas”.
“Vale a pena continuar a acreditar e a testemunhar, com humildade, com alegria, este serviço ao Evangelho, que nos ultrapassa”, concluiu D. José Cordeiro.
A união é “possível”
Já D. Nuno Almeida, bispo auxiliar de Braga, levou uma mensagem de “muita alegria”, num momento privilegiado como a JMJ, grande evento que ajuda a fazer a experiência de que a união é “possível”.
O responsável considera necessário apostar “no desejo que os jovens sentem, de servir”, que se manifesta em vários grupos de voluntariado, por exemplo.
A intervenção convidou os mais novos a ser concretos, com “uma oração que passa à ação”, sobretudo em defesa dos mais frágeis.
D. Manuel Felício, bispo da Guarda, disse querer apresentar proposta nova face à “contracultura” atual, com “modelos” concretos como os que têm sido apresentados pela organização da JMJ.
“Vale a pena ser como Maria, serva do Senhor. Vale a pena assumir o serviço” aos outros, precisou. “A vida só vale a pena ser vivida quando é oferta generosa aos outros”.
As catequeses, nas manhãs de quarta a sexta-feira, são apresentadas em 25 idiomas e os temas propostos decorrem do lema da 34ª JMJ, ‘Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua Palavra’.
A delegação de Portugal à Jornada Mundial da Juventude vai realizar um encontro entre todos os participantes, esta sexta-feira, sob a presidência do cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente.
De acordo com Departamento Nacional da Pastoral da Juventude, participam na JMJ cerca 300 portugueses das várias dioceses e movimentos, acompanhados por seis bispos e 30 voluntários.