A cidade de Kiev e outras localidades na Ucrânia voltaram esta terça-feira a ser atacada por dezenas de mísseis russos.
Pelo menos dois mísseis atingiram a capital ucraniana, precisamente na altura em que o ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, abandonava a cimeira do G20, em Bali, na Indonésia.
De acordo com o autarca de Kiev, Vitaliy Klitschko, dois edifícios de habitação foram atingidos pelas bombas russas e outros mísseis foram abatidos pelas defesas anti-aéreas. Pelo menos uma pessoa foi retirada sem vida dos escombros.
Metade da cidade de Kiev ficou sem energia em resultado do ataque.
As sirenes de alarme soaram por toda a Ucrânia esta terça-feira. Também há registo de ataques em Khmelnytskyy e Kryvyi Rih, no Sul do país, e em Chernihiv, na região Norte.
Ao todo, 85 mísseis foram disparados nas últimas horas pelas forças russas contra posições ucranianas, adiantou o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
O ministro ucraniano da Energia, Herman Halushchenko, adianta que o ataque desta terça-feira é o mais grave contra o sistema energético do país desde o início da guerra, a 24 de fevereiro.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.557 civis mortos e 10.074 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.