O advogado das familias das vítimas da tragédia da Praia do Meco, Vitor Parente Ribeiro, diz que os pais dos jovens receberam a notícia da decisão do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem "com muita emoção".
"Receberam esta notícia com muita emoção porque alguém lhes disse que tinham razão na luta que travaram e que o Estado português sempre lhes negou", diz Parente Ribeiro, em declarações à Renascença.
"A investigação começou tarde, não houve preservação da prova, as diligências foram tardias, defraudou-se o inquérito e isso levou a que houvesse um despacho de arquivamento sem hipótese de julgamento. A prova foi toda contaminada por má investigação do Ministerio Público", sublinha o advogado.
"Desde a primeira hora que os pais se opunham à forma como decorreu a investigação. Não percebiam porque motivo o Ministério Público adoptou a postura de contradição perante os pais e de considerar que tudo tinha sido um acidente, quando se percebeu que o que ocorreu naquela praia foi uma praxe", sublinha Parente Ribeiro.
"Hoje foi, nos ultimos seis anos, o dia menos triste na vida dos pais", aponta.
O Estado Português foi condenado pelo Tribunal Europeu dos Direitos do Homem a pagar 13 mil euros às famílias dos seis jovens que perderam a vida na praia do Meco a 15 de dezembro de 2013.
Vítor Parente Ribeiro lamenta que nada mais possa ser feito em matéria criminal: "Não poderemos fazer mais nada, a prova está prejudicada tal como constatou o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem."
No plano da responsabilidade civil, as famílias aguardam o início do julgamento do processo em que pedem responsabilidades à Universidade Lusofona e ao "Dux".