Portugal registou o maior excesso de mortalidade na União Europeia em junho, 24% acima da média de óbitos entre 2016 e 2019, mais do triplo da média na UE.
De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Eurostat, o excesso de mortalidade relativo ao mesmo período de outros anos subiu de 12,5%, em abril, para 19,2%, em maio, para 23,9% no passado mês de junho.
Esta é a maior taxa de excesso de mortalidade relativa ao mesmo período de outros anos desde janeiro e fevereiro de 2021, quando foi registada a última grande vaga de Covid-19.
Em comparação com a União Europeia, a mortalidade em Portugal esteve sempre acima dos números europeus, de 11% em abril, 7% em maio e 6% em junho.
A seguir a Portugal, que já tinha registado o maior excesso de mortalidade na UE em maio, surgem Espanha (+17%) e Estónia (+16%). Por outro lado, seis países registaram uma descida do número de mortes em relação às médias de outros anos: Hungria, Itália, Eslováquia, Bulgária, Roménia e Chipre.
Nestas contas não entra ainda o mês de julho, em que a mortalidade em Portugal aumentou 21% em relação ao mesmo período do ano passado. No mês passado foram registados 10.657 óbitos, mais 459 face ao observado no mês anterior (+4,5%) e mais 1.850 do que em julho de 2021.
Os maiores picos de mortalidade na União Europeia estiveram associados à Covid-19, como em abril de 2020 (em que subiu 25%), em novembro de 2020 (em que esteve acima 40%), em abril de 2021 (+21%) e em novembro passado (+27%).