Miranda Sarmento lança aposta ao PS e admite demissão se PSD fizer acordo com Chega
22-12-2023 - 17:36
 • Susana Madureira Martins

O líder parlamentar social-democrata desafia Eurico Brilhante Dias a demitir-se no caso de Luís Montenegro cumprir a promessa de não fazer entendimentos com o partido de André ventura.

Na sequência da polémica provocada pelas declarações do ex-líder do PSD Pedro Passos Coelho esta semana sobre a relação do PSD com o Chega, o líder parlamentar social-democrata coloca o seu próprio lugar em jogo como deputado se Luís Montenegro faltar à palavra e fizer um acordo pós-eleitoral com André Ventura.

Em declarações ao programa da Renascença São Bento à Sexta, e perante a insistência do líder parlamentar do PS que o PSD fará um acordo com o Chega, Joaquim Miranda Sarmento garanté que o PSD "não o fará" e lança o desafio a Brilhante Dias.

"Fazemos aqui uma aposta: se o PSD não cumprir demito-me da função de deputado e o Eurico demite-se se o PSD cumprir", desafiou Miranda Sarmento, perante a oposição de Brilhante Dias que cortou a ideia. "Não faço apostas dessa natureza", respondeu o dirigente socialista.

Miranda Sarmento considera que o PS ao agitar o papão de um acordo de centro-direita que inclua Ventura se trata de uma "desqualificação da política" e que são os socialistas que têm "posto o Chega no centro".

Durante o debate o líder parlamentar do PSD propôs que a pergunta seja colocada ao contrário, se no caso de o PSD e o CDS ganharem as eleições de março, mas não conseguirem formar maioria o que fará o PS, sobretudo numa altura em que Ventura nesse caso ameaça apresentar uma moção de rejeição.

Brilhante Dias recusa esse cenário, dizendo-se convicto que "não haverá" moção de rejeição do Chega, mostrando-se sem muitas dúvidas que o PSD "fará um acordo com o Chega para governar".

Num debate vivo, Miranda Sarmento foi sempre cortando a ideia de Brilhante Dias com um "não fará" e o líder parlamentar do PS a insistir que esse entendimento existirá em "papel escrito e naturalmente com o beneplácito, tal como foi nos Açores, do sr. Presidente da República que colocará essa condição como condição essencial para haver governo".