O secretário-geral do PS afirmou, este domingo, que nas eleições legislativas a opção fundamental é entre manter o Estado social ou a mudança para o Estado liberal e advertiu que o programa da AD provocará austeridade a prazo.
Estas posições foram transmitidas por Pedro Nuno Santos na última intervenção política do almoço comício de Matosinhos que, de acordo com os socialistas, terá juntado cerca de duas mil pessoas.
No final do seu discurso, o líder socialista procurou dramatizar o que está em causa nas eleições legislativas antecipadas de 10 de março.
"Lutar por Portugal não é uma opção mas um dever; defender Portugal dos ilusionistas das direitas não é uma opção mas um dever; defender o Serviço Nacional de Saúde (SNS) daqueles que o querem entregar aos privados não é uma opção mas um dever", declarou.
De acordo com o secretário-geral do PS, no dia 10 de março "os portugueses vão escolher se querem manter o Estado social ou se querem mudar para o Estado liberal".
"Temos o dever de defender Portugal, de defender o Estado social, de defender as conquistas de Abril no ano em que comemoramos os 50 anos da revolução. Agora somos nós e os portugueses, não há cá intermediários", completou, numa nova alusão crítica a comentadores televisivos.
Na parte inicial do seu discurso, Pedro Nuno Santos voltou a dizer que o programa eleitoral proposto pela AD (Aliança Democrática), caso fosse concretizado, custaria cerca de 23,5 mil milhões de euros em quatro anos, o que, na atual complexa conjuntura internacional, conduziria a prazo Portugal à austeridade.
Neste ponto, citou o antigo Presidente da República Jorge Sampaio sobre as consequências negativas da austeridade e concluiu com a advertência que a austeridade "rebenta com Portugal".
"A direita não aprendeu nada e apresenta-se com um programa que, no contexto em que vivemos, nos conduzirá à austeridade. Desconfiem daqueles que prometem tudo, para quem tudo é fácil, porque são os mesmos que no passado fizeram o maior ataque aos direitos dos portugueses", acusou.
O secretário-geral do PS atribuiu ao último Governo PSD/CDS, entre 2011 e 2015, "o maior corte nas pensões e nos salários".
"Desconfiem daqueles que prometem, porque quando governam fazem exatamente o contrário. Se querem saber qual o futuro que a direita nos reserva, é só recordar o que nos deram no passado. Não vale a pena esconder Pedro Passos Coelho, porque Luís Montenegro foi mesmo um dos maiores responsáveis pelas medidas de cortes de salários e de pensões", disse.
Mas Pedro Nuno Santos foi ainda um pouco mais longe neste seu ataque, dizendo que o atual presidente do PSD "foi um dos principais responsáveis por um dos períodos mais negros de Portugal".
"Não vale a pena esconderem-se atrás do memorando da troika, porque executaram-no com convicção. Gabaram-se de terem ido para além da troika", insistiu o secretário-geral do PS, antes de também relacionar Luís Montenegro com críticas à decisão do Tribunal Constitucional que travou os cortes nas pensões e nos salários a título definitivo.
No seu discurso, o secretário-geral do PS voltou a prometer alargar o IRS Jovem a não licenciados, reduzir progressivamente o custo das propinas até à sua eliminação e duplicar as camas em residências universitárias.
"Queremos um ensino gratuito desde as creches até ao fim do Ensino Superior", afirmou, reforçando a sua promessa de progressivamente eliminar as propinas.
Na área da educação, culpou o executivo de Pedro Passos Coelho por ter alegadamente promovido a redução de 28 mil professores. E, na habitação, Pedro Nuno Santos, que tutelou esta área enquanto ministro, falou de obras em curso em todo o distrito do Porto.
"São obras de autarquias do PS e do PSD, a partir de programas do Governo. Há obras concluídas. Há obras em curso. É só ir lá ver",acrescentou.