O presidente do PSD, Luís Montenegro, considerou esta quarta-feira que os números do Barómetro Europeu sobre Pobreza confirmam que o “país real” é “completamente diferente” do "país sempre muito otimista" de António Costa.
“Há um país real, que é completamente diferente do país sempre muito otimista e sempre muito sorridente do doutor Costa, do doutor Medina, de todos aqueles que os acompanham no Governo”, considerou, após questionado sobre os resultados do primeiro Barómetro Europeu sobre Pobreza e Precariedade, que revelam que um em cada dois portugueses empregados sente que o seu salário não cobre todas as suas despesas.
À margem de uma visita à Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Elvas, no distrito de Portalegre, no decorrer de uma ação inserida no programa ‘Sentir Portugal’, promovida pelo PSD, Luís Montenegro frisou que tem vindo a alertar nos últimos meses que a pobreza está a aumentar em Portugal, situação que fica “comprovada” neste barómetro, disse.
“Tudo aquilo que venho denunciando nos últimos meses em Portugal, o empobrecimento a que temos assistido, o nivelamento por baixo que está agora comprovado neste relatório, que atesta precisamente esta incapacidade das pessoas que têm mais baixos rendimentos, trabalhando, repito, trabalhando para poder suportar as suas despesas, e também atesta a precariedade que hoje existe no nosso mercado laboral”, lamentou.
O relatório do estudo realizado pela empresa Ipsos referiu que a situação dos trabalhadores europeus é “muito preocupante, especialmente em Portugal e na Sérvia”.
“Ter um emprego não significa necessariamente ser capaz de sobreviver financeiramente”, escreveu num comunicado o autor do estudo, Etienne Mercier, sublinhando que esta situação afeta mais de um terço (36%) dos trabalhadores europeus.
O estudo, encomendado pela organização não governamental francesa Secours Populaire Français, ouviu dez mil indivíduos, com 18 anos ou mais, em dez países (Alemanha, França, Grécia, Itália, Polónia, Reino Unido, Moldávia, Portugal, Roménia e Sérvia).
Quase três em cada dez europeus, incluindo 49% dos gregos, disseram que se encontram numa situação precária, o que os leva a renunciar a certas necessidades, como comer o suficiente ou aquecer as suas casas.
Devido a uma “situação financeira difícil”, 62% dos europeus já restringiram as suas viagens e 46% já desistiram de aquecer as suas casas no inverno, apesar do frio.