A Associação Portuguesa de Bancos (APB), entidade que representa o sector e que é liderada por Fernando Faria de Oliveira, não foi consultada sobre a solução criada pelo Governo e pelo Banco de Portugal (BdP) para o Banif.
"A Associação Portuguesa de Bancos (APB) aguarda que o Governo e/ou o Banco de Portugal a contactem sobre a decisão tomada em relação ao Banif e seus contornos", lê-se na resposta escrita enviada pela entidade em resposta à solicitação da Lusa.
Isto significa que as autoridades avançaram para a venda do Banif ao Santander Totta no âmbito de uma medida de resolução sem terem consultado a APB.
O Governo e o Banco de Portugal decidiram a venda da actividade do Banif e da maior parte dos seus activos e passivos ao Banco Santander Totta por 150 milhões de euros, anunciou o Banco de Portugal em comunicado no domingo.
A alienação foi tomada "no contexto de uma medida de resolução" pelas "imposições das instituições europeias e inviabilização da venda voluntária do Banif", segundo o comunicado.
A operação "envolve um apoio público estimado em 2.255 milhões de euros que visam cobrir contingências futuras, dos quais 489 milhões de euros pelo Fundo de Resolução e 1.766 milhões directamente do Estado", disse o banco central, garantindo que esta solução "é a que melhor protege a estabilidade do sistema financeiro português".