A tensão crescente entre trabalhadores e administração da Ryanair vai levar os sindicatos a uma nova forma de luta, mais abrangente. A ideia é haver uma paralisação europeia.
Bruno Fialho, dirigente do SNPVAC – Sindicato Nacional do Pessoal de Voo e da Aviação Civil – disse à Renascença que “as atitudes da Ryanair, com pressão sobre os trabalhadores que se recusaram a substituir os colegas portugueses em greve, permitiram a esses tripulantes estrangeiros mostrar o seu desagrado e solidariedade”.
“É por isso que neste momento está a ser negociada uma greve, que a concretizar-se, terá lugar a curto prazo e a nível europeu”, explica o mesmo sindicalista.
Na quarta-feira, último dos três dias de greve, o SNPVAC vai fazer conferências de imprensa em Lisboa, Porto e Faro. Nelas participarão também dirigentes, e nalguns casos presidentes, de sindicatos da aviação doutros países, nomeadamente da Alemanha, Espanha e Itália.
Mas os países envolvidos numa eventual greve são mais: França, Bélgica e Holanda também já mostraram interesse.
“Os trabalhadores que não podem participar são os ingleses e irlandeses porque o que está aqui em causa são condições de trabalho e a Ryanair cumpre a legislação laboral de Inglaterra e da Irlanda”, refere Bruno Fialho.
Segundo o SNPVAC, a adesão à greve nos dois primeiros dias rondou os 90% com várias dezenas de voos cancelados.
Ontem a Autoridade para as Condições de trabalho anunciou ter desencadeado uma inspeção na Ryanair em Portugal para avaliar as irregularidades apontadas pelo sindicato. E segundo Bruno Fialho, o SNPVAC já recebeu a garantia – embora não oficial – que na 4ª feira os inspetores da ACT vão ter “uma atitude firme face às ilegalidades que a Ryanair está a cometer”.