O Presidente russo alertou para os perigos de um afluxo para o Afeganistão de jihadistas experimentados vindos da Síria e do Iraque, admitindo temer uma desestabilização dos países aliados de Moscovo na Ásia Central.
“Vários grupos terroristas estão ativos nesse país [Afeganistão]. São combatentes experimentados vindos do Iraque e da Síria que estão a deslocar-se para lá”, afirmou Vladimir Putin.
O grupo Estado Islâmico de Khorasan (IS-K), a organização armada mais radical no Afeganistão, está empenhado numa série de ataques numa campanha para desestabilizar o novo regime dos talibãs.
“É possível que os terroristas tentem desestabilizar os países vizinhos até que empreendam uma expansão direta” nessas zonas, acrescentou o Presidente russo durante uma intervenção por videoconferência com os chefes dos serviços de segurança da Comunidade de Estados Independentes (CEI), que congrega as nações da ex-URSS.
“É importante monitorar constantemente a situação nas fronteiras afegãs.”
As declarações de Putin, escreve a agência de notícias France-Presse (AFP), refletem a preocupação da Rússia com a incerteza que se vive no Afeganistão desde que os talibãs regressaram ao poder após a retirada das tropas norte-americanas.
O movimento islâmico tomou a capital afegã, Cabul, em agosto, após uma “ofensiva relâmpago” que levou ao derrube do Governo, apoiado por países ocidentais.
Durante o verão, a Rússia realizou manobras militares conjuntas no Tajiquistão e no Uzbequistão, dois países que fazem fronteira com o Afeganistão.
Durante uma reunião com Putin, o chefe da segurança nacional do Tajiquistão, Saimumin Yatimov, relatou uma “intensificação” do tráfico de drogas, armas e munições na fronteira com o Afeganistão.
A Rússia considera o movimento talibã como terrorista, mas mantém o diálogo com o regime há anos.