O comissário europeu Carlos Moedas garante a defesa do interesse nacional na reunião do colégio de comissários, marcada para esta terça-feira, que pode decidir a aplicação de sanções a Portugal.
Numa curta declaração em exclusivo à Renascença, Carlos Moedas recusa adiantar mais pormenores na véspera do encontro de Bruxelas
“Temos uma discussão muito muito importante amanhã [terça-feira] no colégio dos comissários sobre a qual não me posso pronunciar, mas todos os portugueses sabem qual é a minha posição nessa discussão, portanto todos sabem com aquilo que podem contar. Amanhã mais se saberá”, disse o comissário português, em Lisboa, à margem da cerimónia de abertura do "Encontro com a Ciência e Tecnologia em Portugal 2016".
A Comissão Europeia não confirma se a eventual aplicação de sanções a Portugal e Espanha por causa da violação das metas do défice vai ser abordada esta terça-feira, na reunião semanal do colégio de comissários.
No “briefing” diário, o porta-voz da Comissão informou que há vários assuntos em agendas, mas não referiu se a questão do défice dos países ibéricos vai ser discutida.
Questionado pelos jornalistas, insistiu que uma decisão sobre os défices excessivos de Portugal e Espanha será tomada, tal como previsto, no início de Julho, evitando dar mais pormenores.
A decisão, já adiada a 18 de Maio, estava prevista para a reunião semanal do colégio da Comissão nesta primeira semana de Julho, a ter lugar na terça-feira em Estrasburgo, mas o próprio executivo comunitário já se escusara hoje a confirmar se o assunto faz parte da ordem de trabalhos, insistindo que o que ficou decidido, e será feito, é tomar uma decisão "no início de julho".
No domingo, vários órgãos de comunicação social, citando a Reuters, noticiaram que a Comissão estaria na disposição de dar mais três semanas a Portugal e Espanha para proporem medidas de correcção do défice e evitarem desse modo sanções, adiando assim uma decisão para 27 de Julho.
Já hoje, a agência noticiosa espanhola Efe, citando fonte comunitária, avança que a Comissão decidiu adiar para quinta-feira um veredicto sobre a falta de "medidas efectivas" de Portugal e Espanha para corrigirem os respectivos défices, mesmo que o debata na terça-feira em Estrasburgo, o que provavelmente levará a que o Conselho de ministros das Finanças da UE já só possa pronunciar-se depois do verão, dado a sua última reunião antes das férias ser já na próxima terça-feira.