Variante Delta com "transmissão comunitária". Lisboa e Vale do Tejo é região mais afetada
11-06-2021 - 20:32
 • Hélio Carvalho

Segundo o relatório de monitorização de linhas vermelhas, tanto a incidência como a pressão nos cuidados de saúde apresentam tendências de crescimento.

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O Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA) e a Direção-Geral da Saúde (DGS) confirmaram esta sexta-feira que a variante Delta, conhecida como a variante com origem na Índia, está agora com uma transmissão comunitária no país, com especial prevalência na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT).

No relatório de monitorização das linhas vermelhas, publicado semanalmente e realizado pelas duas entidades, foram identificados em maio 92 casos na sequenciação genómica das amostras.

A DGS e o INSA dizem que a variante Alpha, associada ao Reino Unido, continua a ser a mais presente no país. Segundo as autoridades, durante o mês de maio, 88,4% das amostras para sequenciação genómica foram identificadas com essa variante.

Em todas as outras variantes referidas, o relatório refere a existência de "transmissão comunitária". As variantes Beta (associada à África do Sul) e Gamma (associada a Manaus, no Brasil) foram identificadas, respetivamente, em 111 e 142 casos.

O relatório conjunto do INSA e da DGS também afirmou que o país poderá atingir a linha vermelha da taxa de incidência acumulada a 14 dias de 120 casos por cem mil habitantes no espaço de 15 a 30 dias. O território nacional teve uma taxa de incidência de 83 casos por cem habitantes nos últimos 14 dias, mas o crescimento da pandemia (especialmente na região de Lisboa e Vale do Tejo) poderá fazer esse valor disparar.

No relatório de monitorização das linhas vermelhas, publicado semanalmente e realizado pelas duas entidades, o território nacional teve uma taxa de incidência de 83 casos por cem habitantes nos últimos 14 dias, mas o crescimento da pandemia (especialmente na região de Lisboa e Vale do Tejo) poderá fazer esse valor disparar.

Na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), essa taxa de incidência já foi ultrapassada - aliás, no Conselho de Ministros de quarta-feira, o concelho de Lisboa foi anunciado como um dos quatro que não avançam no desconfinamento, devido à elevada taxa de incidência.

Segundo o relatório da DGS e do INSA, "o valor do Rt apresenta valores superiores a 1 ao nível nacional (1,07) e em todas as regiões de saúde, à exceção da região Norte, sugerindo uma tendência crescente". "Esta tendência crescente", continua, "é mais acentuada na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), que apresenta um Rt de 1,12."

Sobre a ocupação nos hospitais, o relatório alerta que "o número diário de casos de Covid-19 internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no continente revelou uma tendência crescente, correspondendo a 29% do valor crítico definido de 245 camas ocupadas."

Sobre o rastreio de casos positivos, as autoridades informam que "a proporção de testes positivos para SARS-CoV-2 foi de 1,6%, valor que se mantém abaixo do limiar definido de 4%", mas acrescentam que houve um "decréscimo do número de testes para deteção de SARS-CoV-2 realizados nos últimos sete dias, para o qual contribuiu o feriado do dia 3 de junho, e aumento da positividade."

Ainda sobre a resposta das autoridades aos novos casos identificados, é referido que o número de casos confirmados com atraso foi de 7,5%, abaixo da linha vermelha de 10%. E na última semana, "89% dos casos de infeção por Covid-19 foram isolados em menos de 24 horas após a notificação, e foram rastreados e isolados 83% dos seus contactos."

O relatório das linhas completas conclui que a transmissão comunitária de "moderada intensidade e reduzida pressão nos serviços de saúde" impõe uma cautela acrescida, especialmente na população sem esquema vacinal completo.