Viagem do Papa à Mongólia demonstra "que a Igreja somos todos"
30-08-2023 - 14:55
 • Henrique Cunha

Maria Lozano, diretora de comunicação da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS Internacional) diz que viagem segue linha definida pelo Papa que "desde o início do pontificado sempre se mostrou interessado em ir ao encontro das periferias, dos mais abandonados e mais esquecidos".

"Uma viagem muito simbólica" para demonstrar que "a Igreja somos todos". - Maria Lozano, diretora de comunicação da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS Internacional), que vai acompanhar a viagem do Papa à Mongólia diz à Renascença que Francisco quer afirmar que "as minorias são parte da Igreja".

Em entrevista à Renascença a responsável da AIS Internacional adianta por outro lado que o Papa também pretende “fomentar o diálogo inter-religioso”.

Francisco parte esta tarde de Roma para uma deslocação ao continente asiático que se estende até ao dia 4 de setembro.

Maria Lozano acredita que "esta viagem é importante para demonstrar que a Igreja somos todos, sem esquecer aqueles que estão mais escondidos” e admite que o Papa também quer “valorizar a ideia de que as minorias que fazem parte da Igreja Católica Universal também têm alguma coisa a dizer-nos”.

A diretora de comunicação da AIS Internacional recorda que o Papa vai a um país de maioria budista depois de já ter estado noutros de maioria muçulmana o que terá “um claro significado inter-religioso”. “Vai haver um encontro com membros de diferentes religiões para fomentar este diálogo e esta harmonia inter-religiosa que é também uma das prioridades do Santo Padre", sublinha.

Maria Lozano lembra que na Mongólia "existe liberdade religiosa", e isso deverá permitir ao Papa “aprofundar o diálogo inter-religioso e também a possibilidade de sublinhar “a importância de todos na defesa da Casa Comum”. "Eu creio que o Papa fará o que costuma fazer sempre e que é falar muito claramente da situação. Num contexto como este de diálogo - o Papa foi convidado pelo Governo da Mongólia e na Mongólia a liberdade religiosa é maior do que nos países vizinhos, não existe uma pressão religiosa- e isso pode permitir ao Papa a possibilidade de aprofundar o diálogo inter-religioso”, afirma.

A diretora de comunicação da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre vai acompanhar a viagem do Papa à Mongólia e refere nestas declarações à Renascença que se tratará de uma viagem "muito emotiva" e "muito especial".

"Para mim poder estar nestes momentos, e participar e ser parte da viagem do Santo Padre à Mongólia é uma satisfação. Estou curiosa em poder ver como uma comunidade tão pequena recebe o Papa. Eu creio que isso vai ser muito emotivo e uma visita muito especial”, sublinha.

Maria Lozano recorda que esta deslocação acontece pouco depois da presença do Papa em Portugal “onde se encontrou com um milhão e meio de pessoas de todo o mundo”, para dizer que “esta vai ser uma viagem muito diferente pois vai encontrar-se com uma comunidade muito mais pequena e numa zona muito mais complicada e muito mais difícil como é a Mongólia”. “Também se espera que possam vir católicos e cristãos dos países vizinhos como da Rússia, do Cazaquistão, etc, e eu tenho muito interesse em ver estas comunidades que muitas vezes são esquecidas, porque estão escondidas, mas que existem", remata.