A campanha da Iniciativa Liberal (IL) começou com um pedido de “maioria clara” para a AD e termina com críticas ao voto útil e com um desvio da caravana da Aliança Democrática na cidade do Porto.
Houve uma mudança no discurso, que mantém a tese dos liberais de que a “AD só será forte com a IL”.
A campanha dos liberais esteve focada na possibilidade de se formar governo com a Aliança Democrática, um exemplo disso é o desafio a Luís Montenegro de redução de 100 euros no IRS para quem tem o salário médio que nunca teve resposta e o a defesa do cheque creche como prioridade.
Na reta final, o líder da IL diz apenas que deseja “sorte” a Montenegro. “A Luís Montenegro não desejo mais que sorte, a mim desejo sorte e votos. É a diferença”, disse Rui Rocha.
Apesar de haver apenas silêncio do outro lado, esta quinta-feira houve oportunidade de os dois líderes se cruzarem nas ruas na cidade do Porto, mas o líder dos liberais, assim que viu as bandeiras da Aliança Democrática, acelerou o passo e conseguiu o desvio. “Nós temos caminhos diferentes e nós decidimos mesmo apresentar um caminho diferente”, explicou o líder da IL que está confiante para o dia 10 de março.
O discurso da IL que começou com proximidade à AD, termina com algum distanciamento, mas as duas últimas semanas ajudaram a entender que os liberais aceitam estar num governo com a AD se 10 prioridades, como o cheque-creche, forem cumpridas. O Chega é posto fora da equação.
Ruas quase vazias e corrida em contrarrelógio
Em contrarrelógio, a IL intensificou a agenda nos últimos dias de campanha. As fichas uma vez mais foram colocadas nos jovens e na cidade de Braga, onde o presidente do partido Rui Rocha espera ser eleito. Feira de estudantes, no Porto, jantar com a juventude, noite académica de Braga, arruada em Braga debaixo de chuva, arruada no Porto com fuga da Aliança Democrática e noite académica de Coimbra fizeram parte da maratona.
Apesar de ser a quarta força política, a Iniciativa Liberal procura ainda ter mais força . Nas últimas duas semanas, Rui Rocha foi acompanhado por poucos apoiantes. Nos 10 distritos a maioria do quadro dos liberais eram sempre as mesmas pessoas Lisboa será onde o partido tem mais força. Foi na capital que aconteceram o jantar comício e a arruada mais significativas.
Nas restantes ações, as caminhadas pelas ruas eram feitas em passo acelerado e com poucas interações e a chuva fez com que a comitiva azul da Iniciativa Liberal fosse o único grupo a passear pela baixa de Braga e a noite de Coimbra.
Otimismo
O líder da Iniciativa Liberal faz um balanço positivo da campanha. “Fizemos bem em apresentarmos estas eleições com as nossas listas, porque somos o único partido que desafia uma ideia de um Estado demasiado interventivo, demasiado presente, que tivemos um discurso de absoluta confiança na sociedade civil.”, diz.
Em entrevista à Renascença o líder dos liberas defende ainda a presença dos jovens e o discurso positivo que o partido manteve como o melhor da campanha.
Já sobre o que foi mau, o líder da IL considera que devia ter dado menos atenção as questões sobre o futuro. “Diria que mesmo tendo sido nós um partido que foi muito claro relativamente a todos os cenários, certa altura, eu deveria não ter falado mais disso, de cenários e devia ter insistido ainda mais em propostas”, disse.
O presidente dos liberais coloca como meta a eleição de 12 deputados. Na hipótese de falhanço, Rocha diz que deixará "para depois" o que tiver de ser feito.
Os jovens são mesmo o ponto forte do partido que parece ter quem tenha vontade em segurá-lo uma vez que os jovens deputados Bernardo Blanco e Patrícia Gilvaz foram presenças assíduas na campanha, já Carlos Guimarães Pinto e João Cotrim de Figueiredo apareceram apenas para algumas ações.