A ministra da Defesa, Helena Carreiras, acredita que estarão para breve informações sobre o que terá acontecido no 138.º curso de Comandos que levou à hospitalização de seis militares, um deles sujeito a um transplante de fígado, tendo os restantes tido alta quase imediata.
Questionada sobre quando se saberá o que aconteceu, a governante afirma que “há investigações em curso que têm de ser precisas e minuciosas”.
“Sei que será breve, tenho esperança que nas próximas uma a duas semanas possa ter já alguns resultados do inquérito urgente do Exército bem como da inspeção técnica ao curso, que permitirá aferir o que aconteceu”, declarou Helena Carreiras.
A ministra já tinha dito que em função do averiguado pelas investigações, e sem precipitações, iria decidir se havia motivos, ou não, para agir rapidamente.
Questionado pela Renascença, o Exército responde que, “neste momento, encontra-se ainda a decorrer um Processo de Averiguações e uma Inspeção Técnica Extraordinária, cujas conclusões serão apuradas com brevidade, mas com a máxima precisão”. Sublinhado que nesta altura não há qualquer informação que possa ser prestada dado o “caráter confidencial dos processos”.
O incidente no 138.º curso de Comandos ocorreu no passado dia 7 de setembro, altura em que durante o treino, uma marcha corrida, num dia quente, um dos jovens se sentiu mal no terreno, outro já no período de descanso e mais quatro após uma ronda de avaliação clínica já no período noturno.
Ao dia de hoje, mantém-se internado apenas um dos militares. Dois dias depois de entrar em colapso durante a prova, o instruendo foi transferido de hospital tendo sido submetido a um transplante do fígado.
A última informação clínica dá conta de que “o militar do Exército internado foi transferido da Unidade de Cuidados Intensivos para o Serviço de Transplantação do Hospital de Curry Cabral, resultante da sua situação clínica estabilizada, continuando a evidenciar uma progressiva melhoria do seu estado de saúde”.
A ministra falava à margem da apresentação do Plano Setorial da Defesa Nacional para a Igualdade, que prevê um “reforço do trabalho da defesa à causa da igualdade porque é na diversidade que cumprimos melhor a nossa missão”.
Helena Carreiras explicou que o objetivo é “consolidar o trabalho que vem sendo feito”, embora reconheça que há trabalho a fazer e ter leis e regras iguais para homens e mulheres não deve fazer baixar os braços, “os progressos não são adquiridos e a continuidade faz-se com o reforço de políticas".
As metas do plano passam pela “conciliação entre o trabalho, família e vida pessoal, com medidas concretas; criação de uma cultura anti-discriminação, e aí apostamos muito na formação para preparar mentalidades, apostamos na diversidade que é uma condição para sermos mais criativos”, disse a ministra.