O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse esta sexta-feira que a presidente da Comissão Europeia (CE) "espera muito" da presidência portuguesa da União Europeia, considerando que os próximos meses vão ser "um semestre muito cheio".
"A presidente da CE disse-me que espera muito desta presidência portuguesa, e até explicou que espera muito porque, como os europeus todos, esperamos muito do esforço da vacinação e, portanto, da luta contra a pandemia, e espera muito, porque todos esperamos, que a regulamentação do quadro financeiro multianual que começa a ser aplicado este ano seja rápida e chegue a toda a parte", disse Marcelo Rebelo de Sousa em declarações aos jornalistas no Palácio de Belém, ao final da tarde.
"Espera muito também porque todos esperamos, apesar da notícia de eleições nos Países Baixos no final da primavera, que até ao termo da presidência portuguesa possa haver a ratificação pelos Estados da União Europeia do plano de resiliência, e espera-se muito também quanto ao arranque da conferência sobre o futuro da Europeia", acrescentou o Presidente.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, são também "aspetos fundamentais vencer a pandemia, desbloquear dinheiro, e desbloquear aquele que é mais fácil desbloquear não passa pela intervenção de todos os países, mas também daquele que passa pela intervenção de todos os países, e depois olhar para o futuro da Europa, começar a construir o futuro da Europa".
Falando horas depois de ter recebido Ursula von der Leyen em Belém, Marcelo revelou também que houve elogios aos primeiros dias da presidência portuguesa.
"Ouvi elogios à posição portuguesa no arranque da presidência e à predisposição do governo português", disse o Presidente, acrescentando: "Vai ser um semestre muito cheio, uma presidência muito difícil porque ainda há a cimeira social, a cimeira com a Índia, encontros com África, o reatamento do relacionamento, agora na nova fase da política norte-americana, e são muitas frentes ao mesmo tempo, e algumas exigentes, como é o caso da vacinação e do combate à pandemia, que são para ontem, não são para amanhã".
A presidente da Comissão Europeia chegou esta sexta-feira a Lisboa para a tradicional visita do colégio de comissários ao país que assume a presidência do Conselho da UE, que, dada a pandemia, se realiza em formato reduzido, com a presença de apenas oito comissários, e não a totalidade do executivo comunitário, e com o programa reduzido a um dia, em vez dos habituais dois.
Ursula Von der Leyen está acompanhada pelos três vice-presidentes executivos, Frans Timmermans (responsável pela pasta do Pacto Ecológico Europeu), Valdis Dombrovskis (Uma Economia ao Serviço das Pessoas) e Margrethe Vestager (Digital), e pelo vice-presidente e Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell.
A delegação integra ainda a comissária portuguesa Elisa Ferreira (Coesão e Reformas), e os comissários Nicolas Schmit, que tem a tutela dos Assuntos Sociais, uma das grandes prioridades da presidência portuguesa, Margaritis Schinas (Promoção de um Modo de Vida Europeu) e Maros Sefcovic (Relações Interinstitucionais e Prospetiva).
Após a conferência de imprensa conjunta com o chefe do executivo português, a presidente da Comissão Europeia reuniu-se, por videoconferência, com o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.
Ursula von der Leyen teve ainda um encontro com Marcelo Rebelo de Sousa, e conclui o programa da visita de hoje a Lisboa com um jantar de trabalho com o primeiro-ministro, António Costa.