A Câmara de Oeiras prevê gastar um milhão de euros com o palco a instalar no terraplano de Algés, para que o Papa Francisco possa encontrar-se, à margem da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) deste ano, com os voluntários do evento.
A infraestrutura será a mesma, com possíveis adaptações, da que vai ser utilizada no Festival Nos Alive. A revelação foi feita à Renascença pelo autarca Isaltino Morais, que indica que a proposta surgiu num contacto com a ministra Ana Catarina Mendes.
“Se me diz que traz o Papa ao meu concelho, a Câmara de Oeiras gastará o que for preciso para receber dignamente o Papa. Temos aqui uma vantagem, eu posso falar com o Álvaro Covões, que vai realizar como é habitual o Festival Nos Alive, no princípio de julho, e nós vamos negociar com ele e pagamos-lhe uma espécie de aluguer. Em vez de retirar o palco quando acaba o espetáculo, mantém mais um mês até à vinda do Papa. Estou convencido que vamos conseguir um bom preço, muito mais barato do que estar a alugar e a instalar de novo palcos, casas de banho.”
As contas ainda não estão fechadas, mas a estimativa da autarquia de Oeiras é gastar um milhão de euros para receber o evento no âmbito da Jornada Mundial da Juventude, que decorre entre 1 a 6 de agosto.
“Neste momento, ainda não tenho com rigor aquilo que vamos gastar e ainda vai demorar algum tempo, porque ainda se estão a fazer as contas em relação à recolha de lixo, limpezas… Mas estou convencido que não ultrapassará um milhão de euros.”
O memorando de entendimento entre Estado, autarquia de Oeiras e Igreja foi assinado esta quarta-feira.
Quanto aos gastos em Lisboa e em Loures, Isaltino Morais não comenta. Garante apenas que o Papa Francisco será recebido com toda a dignidade em Algés.
“A posição da Câmara de Oeiras é de que o Papa vem cá e vai ser recebido com toda a dignidade. O resto são discussões estéreis. Quando digo com toda a dignidade, é de acordo com as nossas possibilidades, não é preciso ser com pompa e circunstância ou com luxos”, sublinha Isaltino Morais.
“Eu não me pronuncio sobre as despesas de Lisboa ou de Loures, acho é que foi demasiadamente discutido. Isto não tem nada a ver com transparência. Estar a dizer hoje uma coisa, fazer uma conferência de imprensa à pressa, amanhã dizer outra… Acho que é o descrédito para as pessoas que se prestam a isso”, concluiu o autarca de Oeiras.