O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, relembrou, esta segunda-feira, que o mundo está "numa corrida contra o tempo" para atingir os objetivos do Acordo de Paris.
"O nosso planeta está a uns minutos da meia-noite para o limite de 1,5 graus e o relógio continua a contar", disse Guterres, num discuro feito na Cimeira pelo Clima, que decorre no Dubai.
Em declarações aos jornalistas, no final do seu discurso, António Guterres defendeu que chegar a um consenso para eliminar gradualmente estes combustíveis é "central".
"Um aspeto central, na minha opinião, do sucesso da COP, será a COP conseguir um consenso na necessidade de acabar combustíveis fósseis num espaço de tempo que está alinhado com o limite de um grau e meio. Isto não significa que todos os países têm de acabar com os combustíveis fósseis ao mesmo tempo, mas significa que, globalmente, o término dos combustíveis fósseis tem de ser compatível com o Net Zero em 2050 e com o limite de um grau e meio da subida da temperatura."
O líder das Nações Unidas sublinha que é essencial que os mercados globais acelerem na transição energética, mudança esta que deve ser "justa, equitativa e organizada", e considere não só o princípio comum, mas também as diferentes responsabilidades e capacidades face às circunstâncias nacionais, "não para reduzir ambição mas sim para combinar ambição e equidade."
António Guterres afirma que esta é a razão pela qual propõe o pacote climático solidário, onde "os grandes emissores fazem grandes esforços para cortar emissões, e os países mais ricos apoiam as economias em desenvolvimento para que possam fazer o mesmo."
Guterres defende que "agora é o tempo para máxima ambição e máxima flexibilidade" e apela a ministros e negociadores para irem além dos limites arbitrários e dos bloqueios táticos desnecessários. "É a altura de nos esforçarmos para negociar em boa fé."