O primeiro-ministro, António Costa, diz não ser previsível que venha a ser necessário tomar medidas tão radicais como as adotadas no passado, para combater o aumento de casos de Covid-19.
Em declarações aos jornalistas, após uma visita a uma escola em Rio Maior, Costa assumiu ser preciso estar atento à evolução da pandemia e remeteu a tomada de decisões para depois da reunião do Infarmed, marcada para sexta-feira.
“Acho que é motivo de preocupação a evolução que se está a verificar. Sabemos que em muitos países o crescimento está a ser muito acentuado. Felizmente em Portugal, graças a termos uma taxa de vacinação muito superior à dos outros países, o impacto também não está a ser tão grande, e o tempo obviamente também ajuda, mas temos de ter em conta que o frio vai aumentar, a época da gripe vai aumentar e portanto temos de ter cuidados redobrados.”
“Por isso, na sexta-feira temos reunião no Infarmed para avaliar a situação e ver que medidas têm de ser tomadas. Obviamente, não é previsível que se tenham de de tomar medidas com a dimensão que tivemos no passado, a vacinação não só diminui a incidência mas tem, sobretudo, assegurado que mesmo nas pessoas infetadas as consequências têm sido menos gravosas”, diz.
Contudo, insiste o primeiro-ministro, “não podemos descansar à sombra da vacinação” e há que ter "cuidado", mantendo os hábitos já conhecidos de prevenção à Covid-19.
Pode ser declarado um novo estado de emergência?
“Não antecipo, sinceramente, que tenhamos que adotar medidas que impliquem um estado de emergência”, afirmou o governante, sublinhado que se tal for necessário o Parlamento, mesmo dissolvido, mantém medidas de fiscalização da atuação do Governo que permitem a tomada novas medidas “à luz da legislação atual”.
Afirma ser a altura de avaliar os riscos efetivos para poder tomar as decisões mais acertadas, procurando "perturbar o mínimo possível a vida das pessoas, mas sem correr riscos".
António Costa sublinha ainda a importância de agir de imediato para evitar estragar o Natal, minimizando ainda os riscos inerentes à chegada, nessa época, de milhares de emigrantes que vêm passar a quadra com as suas famílias.
A reunião desta sexta-feira, no Infarmed, acontece numa altura em que está em marcha o processo de vacinação dos maiores de 65 anos e de profissionais de saúde com uma terceira dose da vacina contra a Covid-19.
Ao contrário da tendência de setembro, esta reunião vai acontecer num período em que Portugal regista um crescimento tanto da incidência da doença, como do indicador de transmissão.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.265 pessoas e foram contabilizados 1.108.462 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.