O Reino Unido vive a maior greve ferroviária em mais de 30 anos. Acontece após o fracasso das negociações com o setor que reclama melhores salários e condições de trabalho.
Desde a meia-noite que perto de 50 mil funcionários da Network Rail e de outros 13 operadores ferroviários cumprem este primeiro dia de paralisação, que vai repetir-se na quinta-feira e sábado. O metropolitano de Londres também deverá sofrer bastantes constrangimentos devido a esta greve.
Estima-se que o número de serviços diários será reduzido de 20 mil para cerca de 4. 500 e os horários serão encurtados para começarem mais tarde e terminarem muito mais cedo do que o habitual, entre as 7h30 horas e as 18h30.
A greve nos comboios deverá sentir-se em toda a Inglaterra, Escócia e País de Gales e tem como pano de fundo não só os salários, mas também condições de trabalho e a redução de postos que as empresas pretendem fazer.
“Diante de uma agenda tão agressiva - cortes em empregos, condições, salários e pensões - o (sindicato) RMT não tem escolha a não ser defender industrialmente os nossos membros e parar esta corrida ao fundo do poço”, disse Mick Lynch, secretário-geral dos trabalhadores ferroviários, marítimos e de transporte (RMT).
As negociações para travar as greves falharam e o Governo britânico admite que a paralisação causará “caos e sofrimento” a milhões de britânicos.
No Parlamento, o ministro dos Transportes, Grant Shapps, atribuiu a responsabilidade aos sindicatos, lamentou consequências das paralisações e garantiu que o Governo está a “fazer tudo” o que pode “para minimizar a interrupção”.
O primeiro-ministro Boris Johnson também já veio dizer que os sindicatos estavam a prejudicar as pessoas que alegavam estar a ajudar.
“Ao seguir em frente com estas greves, eles estão afastando os passageiros que, em última análise, apoiam os empregos dos trabalhadores ferroviários, ao mesmo tempo em que impactam empresas e comunidades em todo o país”, disse em comunicado.
Os transportes são só um dos setores onde se regista descontentamento no Reino Unido, com os sindicatos a anteciparem o início de um possível “verão de descontentamento” com professores, médicos e até advogados a ameaçarem com paralisações.