Os cartazes. "Costa não faz nada por acaso, está a fazer-se de vítima
12-06-2023 - 10:11
 • André Rodrigues , Olímpia Mairos

Na perspetiva do comentador, os cartazes exibidos na Régua por professores não são racistas, mas sim "caricatura popular”. Raposo ironiza: "Queriam um van Gogh?"

O comentador da Renascença Henrique Raposo não deteta qualquer mensagem racista nos cartazes com uma caricatura de António Costa, exibidos em protesto contra o primeiro-ministro durante as celebrações do 10 de Junho.

“Não é racismo. Aliás o tema 'racismo' aplicado a António Costa nunca foi um tema, não é um tema. Eu acho que ele está a usar isto, muito francamente, para desviar atenções, para se fazer de vítima”, argumenta o comentador d’As Três da Manhã.

A estratégia de vitimização de Costa é evidenciada, no olhar de Raposo, pela opção de percorrer a pé cerca de um quilómetro ao longo de um percurso repleto de professores.

“António Costa não faz nada por acaso e, portanto, está a fazer-se de vítima”, sentencia.

Na análise ao episódio dos cartazes com uma caricatura do primeiro-ministro, com lápis nos olhos e nariz de porco, vistos em Peso da Régua, Raposo encara a imagem o desenho como "uma caricatura popular”.

“O gosto pode ser sempre discutível, mas eu acho inacreditável que dois meses depois do 25 de abril estarmos a dizer ao povo que não pode ser agressivo em relação ao poder”, destaca.

“Aquela caricatura é um clássico de qualquer cortejo popular em Portugal, ao longo destes 50 anos de liberdade”, reforça.

"Queriam o quê? Um van Gogh?", ironiza.

Questionado sobre se o protesto dos professores não põe em causa aquilo que poderá ser o respeito da opinião pública pela sua luta, Henrique Raposo assinala que “aquele protesto é um protesto normal de uma classe que, com ou sem razão, está há um ano em guerra”.

“É agressiva e é normal em relação ao poder”, conclui.