O antigo ministro do Emprego e Segurança Social Silva Peneda defende o aumento de salários com incentivos fiscais às empresas e poupanças forçadas aos trabalhadores.
Em declarações no programa "Conversas Cruzadas", da Renascença, Silva Peneda diz não compreender o argumento do Governo com a inflação para não aumentar salários.
"Se o receio é a inflação, então porque não aumentar os salários com uma componente instantânea, já este ano - de dois, três, qautro por cento, seja lá o que for - e outra componente que seria diferida, uma espécie de poupança forçada?", questiona.
O antigo ministro de Cavaco Silva explica que essa opção faria com que "o trabalhador recebesse na sua conta, uma conta especial, um montante que só poderia ser utilizado passado uns tempos".
"Não influenciava a inflação, de certeza, mas ficava como seu património", reforça
José Albino Silva Peneda propõe que "para incentivar a vontade das duas partes, haveria uma majoração para as empresas em termos de IRC, sendo esse montante também descontado no IRS do trabalhador".
No sábado, durante uma visita ao Algarve, o primeiro-ministro apelou às empresas para que contribuam para um esforço coletivo de aumento dos salários dos portugueses, para que haja “maior justiça” e os salários médios em Portugal possam aumentar 20%.
Segundo António Costa, as empresas têm de ter consciência que deve haver “maior justiça nas políticas remuneratórias que praticam”, tendo o primeiro-ministro sublinhando que, na União Europeia, o peso dos salários no conjunto da riqueza nacional é de 48% e em Portugal é de 45%.
“Isso significa o quê? Que nós temos que nos próximos quatro anos conseguir fazer todos em conjunto, a sociedade, o Estado, as empresas, o esforço para que o peso do nosso salário, dos salários dos portugueses, no conjunto do Produto Interno Bruto, seja pelo menos idêntico àquele que existe na média europeia, ou seja, subir dos 45 para os 48%, o que implica um aumento de 20% no salário médio do nosso país."