O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, garante que a vitória na guerra contra a Rússia é "inevitável" se aliados cumprirem promessas.
Numa conferência de imprensa por ocasião do primeiro ano da invasão russa da Ucrânia, Zelensky declarou que a vitória é "inevitável", se todos os aliados da Ucrânia fizerem o seu trabalho de casa e apoiarem o seu país, nomeadamente com armamento.
"Se os nossos parceiros mantiverem a palavra e respeitarem os prazos, aguarda-nos uma vitória inevitável (...) mas temos de cumprir os nossos deveres porque nenhum país pode defender-se por si mesmo. Quero verdadeiramente que isso aconteça este ano", disse Volodymyr Zelensky.
O líder ucraniano confessou que o dia mais dramático do primeiro ano da guerra foi quando visitou a cidade de Bucha, onde centenas de pessoas foram encontradas em valas comuns e mortas nas ruas.
Sobre o plano de paz apresentado pela China, Zelensky destaca o facto de defender o respeito pela “integridade territorial” das nações.
O Presidente foi questionado pelos jornalistas sobre a posição da China e da proximidade entre Pequim e Moscovo.
Zelensky considera que é positivo o facto de a China defender o Direito internacional e a integridade territorial dos países.
O chefe de Estado ucraniano mostra abertura para trabalhar em conjunto com a China e dar bom uso a essas aspirações.
"Pelo menos a China começou a falar connosco, chamou-nos 'país invadido' e julgo que isso está bem. Mas a China não é propriamente pró-ucraniana e temos de ver a que atos se seguem as palavras", afirmou.
O líder ucraniano também propôs organizar uma cimeira com "países de todos os continentes" após Kiev ter recebido um apoio generalizado na Assembleia-geral da ONU, que na quinta-feira aprovou uma resolução sobre o fim das hostilidades e a retirada das tropas russas do território ucraniano.
Zelensky disse que essa cimeira deve ocorrer num país "que seja capaz de reunir o maior número possível de países do mundo", um dia depois de 141 Estados representados na ONU terem votado a favor da resolução.
O Presidente ucraniano aludiu indiretamente às abstenções registadas durante essa votação, onde se incluem a China e a Índia, e disse que o seu Governo trabalha "para transformar essa neutralidade num estatuto de não-neutralidade face à guerra".
Zelensky mencionou especificamente que o executivo de Kiev está a tentar garantir o apoio ao seu plano de paz - que prevê um roteiro onde se inclui a retirada das tropas russas da Ucrânia de acordo com a Carta da ONU - dos países da América Latina e África.