O presidente do PSD, Rui Rio, classifica como “disparates” a afirmação do secretário-geral do PS, António Costa de que os social-dermocratas têm uma "estratégia xenófoba e encostada ao Chega", considerando-a própria de quem "não tem nada para dizer".
O secretário-geral do PS defendeu na quinta-feira que há "um mundo" de valores políticos que separam socialistas e sociais-democratas e manifestou-se preocupado com um PSD "condicionado" pela agenda do Chega, considerando isso nefasto para a democracia.
António Costa assumiu estas posições em declarações aos jornalistas, depois de ter entregado a sua moção de orientação política ao Congresso do PS, que se realiza em 10 e 11 de julho, na qual se insiste na continuidade estratégica de soluções à esquerda e em que se critica o posicionamento político do PSD.
“Quando o Governo se recusa a fazer qualquer reforma, no estado em que nós estamos, não está a rasgar nenhum horizonte para o futuro do país, nada, e como não tem argumentos para não o fazer inventa umas coisas, como disse há bocado, que o PSD tem uma estratégia xenófoba, encostada ao Chega. Dizer assim estes disparates, significa que não tem nada para dizer e que pura e simplesmente não quer reformar e gerir o país”, respondeu Rui Rio.
E insistiu: “Quando o primeiro-ministro diz isso, significa que não tem nada para dizer”.
“Para lá de ser mentira, aquilo que eu tenho dito é que temos de rasgar horizontes ao país, não podemos andar aqui a gerir a conjuntura de 0,1 disto e 0,2 daquilo. As pessoas têm de ter melhores empregos, melhores salários, esperança e futuro e, para isso, é preciso reformar. E ele diz que não reforma nada. Não tem grande razão e diz assim uns disparates”, assinalou o líder social-democrata.
Respondendo com uma gargalhada à pergunta sobre as pretensões anunciadas pelo líder do Chega de que num futuro governo quer quatro ministérios, Rui Rio atribuiu-as ao “folclore pré-congresso do Chega”, agendado para o próximo fim de semana, em Coimbra.
“O que eu acho é que o Chega está com uns sonhos megalómanos. Criar [ponte com o PSD] faz parte do folclore. Não é dirigido a mim de certeza”, acrescentou.