O primeiro-ministro, António Costa, afirmou esta segunda-feira, em Braga, que o Governo prometeu e cumpriu o descongelamento das carreiras na função pública, incluindo a dos professores.
"Acabar com o congelamento era o prometido e foi o que fizemos", referiu, num debate com professores e alunos da Universidade do Minho que o Governo organizou para assinalar os três anos.
Em relação aos professores, disse que 32 mil já podem progredir na carreira e que outros 12 mil o poderão igualmente fazê-lo até ao final deste mês. Outros 19 mil terão essa oportunidade no próximo ano.
Em relação à contagem do tempo de serviço dos professores, o primeiro-ministro destacou a "total intransigência" dos sindicatos, que não abdicavam dos nove anos, quatro meses e dois dias.
O Governo contrapôs com dois anos, oito meses e 18 dias e vai mesmo avançar com esta medida, "mesmo sem o acordo dos sindicatos".
Para o primeiro-ministro, o Governo trata, assim, os professores "de forma exatamente igualitária com as outras carreiras".
António Costa falava horas antes de os deputados do PSD, CDS-PP, BE e PCP terem votado a favor das propostas do CDS e do PSD que preveem o regresso ao diálogo entre Governo e professores.
"Faltam meios" para combate à corrupção
Neste balanço de três anos de Governo, o primeiro-ministro, António Costa afirmou que "o combate à corrupção é uma prioridade central de qualquer democracia", mas admitiu que "faltam meios" em Portugal para esse combate.
"O que falta em Portugal não é mais legislação. Faltam meios e falta uma consciência cada vez mais alargada [para a corrupção]", disse António Costa.
No entanto, ressalvou que as autoridades policiais e judiciárias "dispõem hoje de meios de que não dispunham" antes para o combate à corrupção e aludiu a "um conjunto de instrumentos" ao dispor das autoridades, nomeadamente o recurso a agentes infiltrados.
O primeiro-ministro adiantou ainda que vai ocorrer "um reforço de meios" da Polícia Judiciária, para a dotar "de melhores condições para esse combate fundamental".