A Cáritas Diocesana de Bragança-Miranda acaba de criar um Grupo de Emergência e Catástrofe, para responder a emergências que possam surgir.
A decisão de avançar com esta resposta surgiu após o desafio lançado pela Cáritas Portuguesa a todas as estruturas diocesanas e na sequência dos incêndios ocorridos em finais de 2017, que puseram a nu as debilidades nacionais de reagir pronta e eficazmente perante uma situação de catástrofe.
O grupo da Diocese de Bragança-Miranda é constituído por 50 elementos, 20 dos quais voluntários, que representam uma “equipa multidisciplinar altamente preparada para dar a melhor resposta possível às emergências que possam surgir”, informa a instituição da Igreja.
“Estamos divididos em três áreas de intervenção: temos uma equipa logística de evacuação e resgate; uma equipa de psicólogos com formação em intervenção na crise; uma equipa de assistentes sociais para atuar no período pós catástrofe”, conta o coordenador distrital, Hélder Pires.
O primeiro passo deste grupo foi uma aproximação dos serviços de proteção civil. “Era necessário compreender o seu funcionamento, a linguagem, e perceber onde nos podíamos enquadrar”, acrescenta.
A nível da capacitação do grupo, Hélder Pires refere que todos estão a colaborar para alcançar os melhores resultados, inclusive estabeleceram um protocolo com o INEM, que permitiu aos psicólogos deste grupo de emergência adquirir formação em Intervenção em crise com os profissionais daquela entidade de emergência médica.
“Estes nossos psicólogos ficam a trabalhar em parceria com o INEM, podendo intervir no imediato, em caso de urgência, enquanto os psicólogos do INEM, que se deslocam do Porto, não chegam ao terreno”, refere o coordenador.
À procura de apoios para um posto de comando móvel
Apesar dos passos já dados, o grupo considera que ainda não está preparado para intervir em situação de emergência e catástrofe, porque lhe faltam recursos.
“Precisamos de um posto de comando móvel facilmente identificável, que pode ser uma tenda insuflável, precisamos de equipamentos de comunicação, rádios para garantir a comunicação entre a equipa no terreno, e gostaríamos muito de criar uma unidade de apoio de retaguarda com 30 camas (tipo militar) que pudéssemos facilmente deslocar e transportar para onde elas possam vir a fazer falta”, enumera o coordenador.
Esta estrutura de apoio, de acordo com o levantamento efetuado por Hélder Pires, tem um custo aproximado de 15 mil euros, mas a instituição não tem “recursos financeiros para fazer essa aquisição”.
Neste contexto, a Cáritas Diocesana de Bragança-Miranda vai contactar os doze municípios que integram o distrito de Bragança, dando a conhecer a sua existência e a sua disponibilidade para integrem os Planos de Emergência Municipais.
“Vamos também solicitar às autarquias que nos apoiem, estamos a falar de valores relativamente baixos, mas que, para nós conseguirmos montar uma estrutura de apoio em caso de catástrofe, faz toda a diferença”, argumenta.
Em situação de catástrofe o grupo propõe-se “apoiar as ações de evacuação das populações, pesquisa de desaparecidos e gestão de campos de deslocados, apoiar da distribuição de alimentos, roupa, agasalhos e outros bens essenciais, apoiar na disponibilização de locais de alojamento para deslocados e garantir todo o apoio psicológico que os lesados possam necessitar”.
Ultrapassada a situação de emergência e catástrofe, a ajuda será assegurada através da equipa de assistentes sociais, que se disponibiliza para apoiar “no domínio logístico e social, nomeadamente, no acompanhamento de crianças, idosos, pessoas sem-abrigo e doentes, no acolhimento, acompanhamento e encaminhamento de situações de carência socioeconómica e na distribuição de alimento, roupa, agasalhos e outros bens essenciais”.