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Este sábado, a missão portuguesa enviada à Turquia resgatou uma criança de dez anos com vida, seis dias depois do sismo que abalou a região e que já fez mais de 28 mil mortos.
À Renascença, António Gandra d'Almeida, um dos médicos portugueses no terreno, salienta que "o caso de ontem foi um milagre". Num momento em que a equipa não tem encontrado muita gente com vida, "a criança estar tão bem foi um num milhão".
O médico do INEM reconhece que mesmo quem é resgatado com vida não é garantido que sobreviva, dependendo "sempre das lesões, dos que estiveram debaixo de escombros, quanto tempo, se têm doenças associadas, a idade". "Varia muito de caso para caso."
Quanto ao rapaz resgatado, António d'Almeida refere que "estava bastante bem" e que "não tinha nenhuma lesão que pusesse em risco a sua vida".
"Não tinha nenhuma hemorragia visível, estava bem disposto e depois já sorria. Acredito que vá correr bem."
"Uma verdadeira catástrofe"
Na quarta-feira, quando a missão portuguesa chegou à província de Hatay, na Turquia, o médico salienta um cenário de "catástrofe", com "prédios completamente destruídos" e "os que ainda se mantêm mais ou menos de pé estão inclinados, fragilizados, sem eletricidade ou água corrente".
"As pessoas estão a viver em tendas. Uma verdadeira catástrofe", lamenta.
António d'Almeida fala de uma população "desesperada" com "os familiares que perderam, a vida deles que ficou completamente destruída". "Ficaram sem as suas casas, muitos também perderam o seu emprego", conta.
Afinal, "quase toda a gente perdeu um familiar ou um amigo". O médico acrescenta ainda que muitos dos sobreviventes "estão a ajudar nas buscas". "Quando identificam alguém, ou existem suspeitas de estar alguém vivo, chamam-nos para ajudar. Mas é um cenário triste e desolador."
António Gandra d'Almeida adianta que vai permanecer na Turquia enquanto puder ser útil nas operações de busca e salvamento. O médico é um dos 53 elementos que integra a Força Operacional Conjunta portuguesa na Turquia.