Durante a tarde desta segunda-feira, a primeira-ministra britânica, Theresa May, admitia o que muitos já previam: o governo continuava a não reunir apoios suficientes para conseguir a aprovação do Acordo de Saída do Reino Unido.
Apesar de garantir que continuaria a reunir com líderes e deputados de todos os partidos no sentido de encontrar um consenso, Theresa May não se mostrava esperançosa – “Da maneira como as coisas estão, o acordo não irá a uma terceira votação”, lamentava – para esta semana decisiva no futuro do Brexit.
A chegada da noite trouxe uma derrota, mais uma, humilhante para a primeira-ministra.
É que a Câmara dos Comuns aprovou a emenda (a proposta incluía diversos partidos e foi encabeçada pelo conservador Oliver Letwin) que dá, a partir de agora, ao parlamento britânico o controlo sobre o Brexit. O mesmo é dizer que, doravante, são os deputados que vão estabelecer a futura agenda parlamentar, desde logo no debate quarta-feira, votando planos alternativos ao defendido por Theresa May e definir os temos da saída britânica.
A emenda foi aprovada por 329 votos a favor e 302 contra.
Entre os votos favoráveis estão os de três secretários de Estado: Richard Harrington, do Comércio, Alistair Burt, dos Negócios Estrangeiros, e Steve Brine, da Saúde. Todos acabariam mesmo por apresentar a sua demissão esta segunda-feira à noite, segundo fontes governamentais citadas na imprensa britânica.