A maioria dos deputados britânicos (322) votou este sábado a favor da Emenda “Letwin”, que obriga ao adiamento do Brexit.
Na reação, Boris Johnson diz que não irá levar mais um adiamento a Bruxelas.
"Não negociarei um adiamento com a UE e a lei não me obriga a fazê-lo", declarou o primeiro-ministro.
"Direi aos nossos amigos e colegas da UE exatamente o que disse a todos nos últimos 88 dias que servi como primeiro-ministro: que mais um adiamento seria mau para este país, mais para a União Europeia e mau para a democracia”, defendeu perante os deputados.
A Emenda votada ao início da tarde toma o nome do ex-ministro conservador Oliver Letwin que, apoiado por Trabalhistas e Liberais Democratas, propunha uma alteração ao acordo que obriga Boris Johnson a pedir uma extensão do processo, mesmo que o acordo seja aprovado.
O objetivo é ganhar tempo necessário para que seja aprovada toda a legislação necessária, impedindo que o acordo, mesmo aprovado, seja implementado de forma lenta, originando uma saída sem acordo automática a 31 de outubro.
Em última instância, esta Emenda permite que o Reino Unido saia na mesma da UE a 31 de outubro, se tudo for célere.
O Parlamento votou a favor (322 contra 306) e agora o primeiro-ministro tem de transmitir à União Europeia que o país quer novo adiamento.
Johnson já garantiu que não o fará, mas o Governo decidiu retirar a proposta de votação, devendo apresentar na próxima semana a proposta de lei para regulamentar o acordo.
"Espero que mudem de ideias e apoiem este acordo em números esmagadores", afirmou o primeiro-ministro.
A Comissão Europeia já reagiu. Mina Andreeva, porta-voz do executivo comunitário, diz no Twitter que o Governo britânico terá de informar Bruxelas sobre os próximos passos o mais depressa possível.
Três anos depois de os britânicos terem votado em referendo pela saída da União Europeia (52% contra 48%), o processo de divórcio continua por fechar.