A Carris Metropolitana teve esta segunda-feira primeiro dia útil de funcionamento nos concelhos de Oeiras, Sintra, Amadora, Loures, Odivelas, Mafra e Vila Franca de Xira, mas nem tudo está a correr tão bem como o previsto. Este sete concelhos juntam-se aos de Cascais e Lisboa.
Há novas rotas e novos horários, mas alguns não estão a ser cumpridos. Que o diga Carlos Ribeiro, que junto à estação da CP da Amadora, esperava esta manhã por um autocarro há tempo demais.
"Há uma hora [à espera]. Não é normal esperar tanto tempo por um autocarro", lamenta um utente dos transportes públicos, adiantando ainda que ninguém dá explicações.
"Ao menos, que colocassem na paragem informação aos passageiros", diz, sublinhando que antes, os autocarros já falhavam. "Não apareciam ou vinham atrasados. Agora, é isto."
Atrás da paragem, para se abrigar do vento frio, Inês João estava de telefone na mão, a consultar o site da Carris Metropolitana. Como não conseguiu perceber a que horas passava o autocarro, que tardava, decidiu arranjar uma alternativa para chegar a horas ao trabalho.
"Há uma hora. Não é normal esperar tanto tempo por um autocarro", Carlos Ribeiro, utente.
"Estou a pedir um Uber porque já vou chegar atrasada ao trabalho. Estou aqui desde as sete e meia (e já eram oito e um quarto) e não chegou nenhum". E admite que hoje vai ter de estudar as novas carreiras e os novos horários, de forma a que, amanhã, corra tudo melhor, do que dela depender.
Em Belas, no concelho de Sintra, uma paragem com uma fila imensa de habituais passageiros, à espera. Enter elas, Jessica Boneco, de horário em papel na mão, e completamente aos papéis.
"Estou completamente perdida. Os horários, para mim, ainda são complicados de entender. E os números das novas carreiras, ainda não os decorei".
Maria Cristina, que antes das sete da manhã esperava por um autocarro em Loures, estava preocupada: àquela hora, já estava a caminho do Hospital de Santa Maria, onde trabalha. Hoje, o autocarro tardava em chegar. Já tinha consultado o site da Carris Metropolitana, mas não se entendeu com a forma de chegar á informação. E já tinha tentado, sem sucesso, a linha de apoio ao cliente.
"É como os centros de saúde. Liga-se e ninguém atende. Isto é igual", lamentava, antes de entrar num autocarro que a levaria à Pontinha, para dai apanhar o metro até ao emprego.
Mais abaixo, do outro lado da rua, Manuela Tavares também consultava, sem sucesso, o site da Carris Metropolitana, onde não conseguia aceder aos horários. E deixava um desejo para o novo ano.
"Pior do que está não vai ficar. É um dia de cada vez e a esperança é a última a morrer. E em 2023, esperamos que a coisa melhore, não é?"
Um autocarro - novinho em folha como a maioria - chega á paragem, sem qualquer informação no painel electrónico sobre qual o seu destino. O motorista abre a porta e lá revela para onde vai. Ainda com dúvidas quanto ao sistema de validação de passes ou de bilhetes comprados a bordo.