Aung San Suu Kyi deve demitir-se da liderança do governo de Myanmar devido à violenta campanha militar contra a minoria rohingya, defende Zeid Ra'ad al Hussein, o ainda alto comissário das Nações Unidas para os direitos humanos.
A Nobel da Paz deveria regressar a prisão domiciliária em vez de estar a desculpar as forças armadas, afirma Al Hussein em entrevista à BBC.
“Ela estava em posição de fazer alguma coisa. Ela podia ter ficado calada ou, ainda melhor, podia ter apresentado a demissão”, afirma o alto comissário.
“Não havia necessidade de Aung San Suu Kyi ser a porta-voz dos militares birmaneses. Não tinha que dizer que isto era um icebergue de desinformação, que eram fabricações”, lamenta Al Hussein.
Um relatório da ONU revelado esta semana pede, explicitamente, às autoridades de Myanmar para enfrentarem as acusações de genocídio devido à repressão brutal contra os muçulmanos rohingya no ano passado.
Cerca de 700 mil rohingya fugiram da repressão militar no Estado de Rakhine, no oeste do país, para o vizinho Bangladesh, segundo agências da ONU. Juntaram-se a quase 200 mil rohingya que já viviam em acampamentos há anos.