JMJ. Nomeado do governo quer chamar ao local Parque Papa Francisco
01-05-2022 - 10:29
 • Tomás Anjinho Chagas

Coordenador da Jornada Mundial da Juventude acredita que o evento vai deixar um “grande legado” em Lisboa e Loures. Revela que, depois da Jornada, o parque urbano junto ao rio Tejo fosse baptizado em honra do Papa Francisco.

É advogado de formação, mas foi na Câmara Municipal de Lisboa que fez carreira nas últimas décadas. José Sá Fernandes foi vereardor da autarquia lisboeta durante 14 anos. Em outubro abraçou um novo (e grande) projeto. Foi nomeado pelo governo para coordenar o grupo de projeto que vai organizar a Jornada Mundial da Juventude em agosto de 2023.

É a ponte entre governo, autarquias e a Igreja. Em entrevista à Renascença, Sá Fernandes explica o que vai acontecer às cidades de Lisboa e Loures depois da Jornada, admite que ainda não sabe quantas pessoas vêm a Lisboa na primeira semana de agosto de 2023, e revela um "segredo" sobre o nome que gostaria de ver no parque que vai sobrar da JMJ23.

Pode ler a segunda parte desta entrevista aqui.

A cerca de 16 meses do evento, abre as portas da sede do Beato, a torre de controlo da JMJ. No salão nobre do edifício, que pertence à Câmara de Lisboa e que “não custou um cêntimo” a reaproveitar, recebe a Renascença.


Falta um ano e quatro meses para a Jornada. O que é que ainda temos pela frente?

Temos imensa coisa! Estivemos até hoje num momento de preparação e vamos estar ainda nos próximos meses arranjar tudo para que o evento seja um sucesso. Isto não é fácil, mas é possível. E temos todas as pessoas estão envolvidas no evento com grande vontade que isso seja um sucesso.

É um evento especialmente difícil de organizar porque continuamos sem saber quantas pessoas vêm a Lisboa na semana da Jornada?

É, portanto, não vale a pena estarmos a falar em números, nem estimativas. É impossível ainda por cima com as contingências mundiais que vamos sucessivamente vivendo ao longo dos últimos anos.

Mais vale não fazer mesmo estimativas, mas deixar tudo preparado para o máximo possível.

Há uns meses também entrevista Renascença falou entre um e três milhões de pessoas....

Quem diz uma coisa dessas está a arriscar-se. E portanto é por isso que não vou dizer valores. Temos é de estar preparados para coisas dessa grandeza.

Estimam por excesso? É assim que é feita a organização?

É, mas não deixa de ser uma dificuldade. Porque para algumas coisas, de facto, para a gestão de stocks, é muito importante nós à medida que nos aproximamos também não ficarmos com coisas a sobrar.

Tem de se ser muito cauteloso e muito inteligente nessa gestão. Embora essa organização gestão pertença, na sua grande maioria, à igreja. São eles os organizadores do evento.

O meu papel, neste grupo de projeto, onde fui nomeado, visa ajudar, articular os vários serviços para a preparação do evento e também preparar o terreno que vai receber o grande evento.

Há vários eventos, mas o grande evento é o da vigília e que vai ser entre Lisboa e Loures, com o Trancão no meio.

Era isso que perguntava, a escolha do local não é por acaso...

Não é por acaso. E eu fiquei todo contente quando foi escolhido, porque nessa altura ainda era vereador na Câmara de Lisboa.

Já tínhamos lançado a ponte já tinha usado o concurso para a ponte por cima do rio Trancão. Sempre foi um desejo meu e da equipa fazer uma ligação entre Lisboa e Loures. Sem esta ponte, tínhamos de dar uma grande volta.

Essa ponte vai ser uma das coisas que fica para a posterioridade. O que é que fica mais por causa da JMJ?

Isso é um “ganda” legado. De repente nós termos um parque em Lisboa, a continuação do Parque Tejo – Trancão, uma ligação a Loures, e o território de Loures preparado para ter um grande parque de 60 hectares para servir dezenas de milhares de pessoas... Uau.

É um “ganda legado”, não é? E eu tenho a esperança secreta, que já não é muito secreta, que aquilo tudo tenha um nome...

Qual é?

Quem é que cá vem...

O Papa Francisco...

(Ri-se, com uma expressão comprometida) Não digo mais nada.

Pode ler a segunda parte desta entrevista aqui.

Depois da entrevista, a Renascença foi até ao local onde o evento vai acontecer, acompanhada de José Sá Fernandes. No fim do Parque das Nações, depois da ponte Vasco da Gama. Em 2023, a Jornada Mundial da Juventude vai ocupar mais de 100 hectares nessa zona, uma parte pertencente ao município de Lisboa, outra à autarquia de Loures.