OE 2020. “Medidas na direção certa, mas tão pouco ambiciosas”
18-12-2019 - 10:32

Jacinto Lucas Pires e Henrique Raposo comentam a proposta de Orçamento do Estado para 2020 e a decisão de deixar os deputados únicos fora da conferência de líderes.

O Orçamento do Estado apresentado na terça-feira pelo ministro das Finanças tem

“medidas que vão na direção certa, mas que depois são tão pouco ambiciosas”, diz Jacinto Lucas Pires.

No espaço de comentário no programa As Três da Manhã, nesta quarta-feira, Lucas Pires dá como exemplo a redução no IRS para as famílias com dois filhos, desde que tenham menos de 3 anos.

“Tens de ter gémeos para conseguir”, acrescenta Henrique Raposo, que vê no documento “um pouco a continuidade do que tivemos ao longo da geringonça”, com “uma enorme carga fiscal e um rigor enorme do Centeno”.

Jacinto Lucas Pires também critica a continuidade, dizendo que “o tempo político mudou” e ainda ninguém parece ter percebido.

Como positivo, Henrique Raposo refere o excedente. “Muitas vezes, as pessoas em Portugal esquecem-se que temos uma dívida enorme para pagar. E o nosso Estado esquecer-se da dívida é como uma família esquecer-se do crédito à habitação, é viver num mundo de fantasia”.

Sobre o chumbo de PS, PSD e PCP à proposta do Chega, para que os deputados únicos tivessem os mesmos direitos dos grupos parlamentares, os dois comentadores são unânimes: não é assim que se age na casa da democracia.

“Parece-me que a Assembleia ainda não percebeu o que lhe aconteceu e continua a negar a realidade política nova”, afirma Jacinto Lucas Pires.

Por seu lado, Henrique Raposo fala em birra e prepotência. “Como os deputados únicos têm feito um bom trabalho e têm subido rapidamente a um estatuto de estrela mediática, parece que os outros, que normalmente são figuras anónimas estão a fazer uma espécie de birra, não lhes querem dar o destaque que merecem”.