O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou este domingo que a cidade de Mariupol, atualmente cercada e que estará a sofrer uma grave crise humanitária, receberá nas próximas horas o primeiro carregamento de ajuda com bens de primeira necessidade.
"Hoje, a tarefa principal é Mariupol, o nosso carregamento humanitário, a nossa caravana, está a duas horas de Mariupol, só faltam 80 quilómetros", disse o Presidente da Ucrânia numa mensagem em vídeo que está a ser difundida pelas agências locais.
"Está a ser feito tudo o que é possível para vencer a resistência dos ocupantes", acrescentou o Presidente sobre o cerco que está a ser feito a esta cidade portuária de meio milhão de habitantes, na região pró-russa de Donbass.
"Estão a bloquear inclusivamente o trabalho dos sacerdotes da igreja ortodoxa que acompanham este carregamento com comida, água e medicamentos; a Ucrânia enviou 100 toneladas das coisas mais necessárias aos seus cidadãos", criticou Zelensky, citado pela agência espanhola da notícias, a Efe, salientando que "estão a ser feitos todos os esforços diplomáticos para que este carregamento chegue ao seu destino, veremos se Moscovo consegue ouvir".
Na mensagem, Zelensky disse que até agora 125 mil cidadãos foram retirados das áreas hostis para território seguro e concluiu: "Percebemos que agora é muito difícil para todos os ucranianos, para os 48 milhões de ucranianos, mas ganharemos".
Mariupol tem sido uma das cidades mais devastadas pelo seu porto estratégico e onde tem sido mais difícil haver corredores humanitários para a retirada de civis devido aos constantes bloqueios.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 564 mortos e mais de 982 feridos entre a população civil e provocou a fuga de cerca de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.