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O secretário-geral comunista classificou hoje como "inaceitável" que as empresas obriguem os trabalhadores a apresentar um certificado de vacinação contra a covid-19, sustentando que a pandemia está a ser aproveitada para alimentar situações de discriminação.
Interpelado pelos jornalistas à margem de uma visita à Quinta da Atalaia (Seixal), onde estão a decorrer os preparativos para a "rentrée" do partido, Jerónimo de Sousa considerou que "é inaceitável" que as entidades patronais obriguem os funcionários a apresentar um comprovativo de vacinação.
E colocou uma "questão importante": "Saber se por razões sanitárias criámos um "apartheid" no nosso país, em que, por exemplo, o direito ao trabalho, o direito ao emprego, está questionado por essas entidades patronais, que consideram que um trabalhador ou uma trabalhadora que não tenha esse certificado está proibido de procurar emprego".
O membro do Comité Central recordou que, no quadro da Constituição, "o princípio do direito ao trabalho e do direito ao emprego são direitos invioláveis" e "são direitos fundamentais que as pessoas têm" em Portugal.
Para Jerónimo de Sousa, estes relatos demonstram que "esta questão da epidemia está a ser aproveitada por setores patronais" para promover "a discriminação" e "a desigualdade" no que diz respeito ao direito ao trabalho.
"Quero reafirmar com veemência o caráter inaceitável dessa medida, de que quem não tem esse certificado não pode procurar emprego, não pode resolver os problemas da sua vida", concluiu.
Em consonância com o que foi dito pelo membro do Comité Central comunista Alexandre Araújo na última semana, Jerónimo de Sousa disse que o partido ainda está aguardar por um parecer da Direção-Geral da Saúde (DGS) em relação ao plano de contingência feito para a Festa do Avante!.
Apesar de não poder fazer previsões sobre o alívio de algumas restrições implementadas na edição do ano passado, o secretário-geral disse que "todos os indicadores demonstram que há um alívio em relação às medidas" anteriormente decretadas pelo Governo e "a situação alterou-se para melhor".
Por isso, o dirigente do PCP tem a convicção de que "vai ser bom estar nesta festa", já que, advogou, estão garantidas as condições para que decorra no cumprimento das regras sanitárias e do "exercício da liberdade".