A Ordem dos Médicos (OM) pediu uma audiência ao Presidente da República. O bastonário, Miguel Guimarães, quer apresentar ao Presidente Marcelo um manifesto da classe contra a despenalização da eutanásia.
"Queremos fazer como há um ano, que é entregar um documento assinado por todos os bastonário da Ordem dos Médicos sobre esta questão das decisões sobre o final de vida e, muito concretamente, sobre a eutanásia", diz o bastonário à Renascença.
"A nossa posição é defender a deontolagia médica, ou seja, é desfavorável à eutanásia e à distanásia. É isso que vamos dizer no documento."
Miguel Guimarães sblinha que "quem teve responsabilidades máximas na Ordem dos Médicos, quem defendeu, durante uma série de anos, aquilo que são as regras éticas e deontológicas, quem teve de lidar com profissionais de saúde e doentes na sua vida profissional não pode estar de acordo com a despenalização da eutanásia
Adiar debate e votação parlamentar
O bastonário da OM critica a ausência de debate na sociedade a a pressa revelada pelo parlamento em decidir sobre o assunto, pedindo, assim, o adiamento da votação na Assembleia da República: "Seria importante adiar a decisão sobre esta matéria, prevista para dia 20, e fazer um grande debate público. Acho estranho, acho mal que as pessoas queiram decidir rapidamente sobre esta matéria sem haver debate nenhum na sociedade."
"Nós não temos uma população informada e, quando não temos uma população informada, obviamente que quem toma decisões também não está, muitas vezes, completamente informado", reforça o bastonário.
"Dourar as coisas"
Miguel Guimarães diz ter lido "noticías sobre 400 profissonais - hoje serão mais alguns - que tinham assinado uma petição a favor da eutanásia" passando a ideia de que "a maioria dos profissionais de saúde, no caso concreto médicos e enfermeiros, é a favor da eutanásia", quando "400 numa população de 130 mil significa que estamos a falar de cerca de 0,3% dos médicos e enfermeiros".
O bastonário nota ainda que "raramente se defende a eutanásia como 'morte assistida a pedido'", quando é claro que "aquilo que o médico irá fazer é matar uma pessoa, a pedido da pessoa".
"Tenta-se sempre dourar as coisas, como se não fosse assim", remata.